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Estado de Minas

Representantes da indústria cobram do governo e da oposição fim da crise

Em BH, presidente da CNI critica reforma ministerial e recriação da CPMF e defende cortes nos gastos públicos


postado em 27/10/2015 06:00 / atualizado em 27/10/2015 07:31

Robson Andrade falou durante lançamento de propostas para o Sudeste(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Robson Andrade falou durante lançamento de propostas para o Sudeste (foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)

“A solução da crise econômica no Brasil passa pela solução da crise política.” A avaliação é do presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Robson Andrade, que participou nessa segunda-feira (26), em Belo Horizonte, do lançamento do projeto Sudeste Competitivo. Ele afirmou que o país precisa de uma “reforma administrativa séria”, criticando as mudanças feitas pela presidente Dilma Rousseff (PT) no início do mês e que pouco avançaram até agora. Andrade cobrou também da oposição, que, “assim como a situação, não tem capacidade para apresentar para a sociedade um projeto de um novo Brasil”.

Segundo ele, a recriação da CPMF não solucionará os rombos nos cofres públicos e seria uma injustiça com a população que já arca com altos impostos. “A CNI e as federações são completamente contra a recriação da CPMF. Ela não resolve o problema do país. Já vimos que é um imposto de má qualidade e que prejudica as cadeias produtivas mais longas. Além de não impactar as pessoas de maneira igual. É um imposto ruim”, afirmou Andrade.

Para o presidente da CNI, os problemas orçamentários são resultados de gastos excessivos da administração federal e que serão precisos cortes na máquina pública para equilibrar as contas. “Pagamos um volume muito grande de impostos, que chega a 37% do que produzimos. Se consideramos ainda o déficit público, veremos que a sociedade contribui com mais de 40% do total que produz para cobrir os problemas no orçamento”, avaliou.

Ao avaliar as perspectivas do setor industrial no fim do ano, Andrade considerou a situação muito negativa e aquém do que o Brasil pode produzir. “Estávamos com uma participação no PIB que girava em torno de 13%, agora vamos fechar o ano com cerca de 9,5%. São números muito baixos para um país do tamanho do Brasil”, criticou.

Sobre as reformas necessárias para a economia voltar a crescer, o presidente da CNI afirmou que é preciso uma posição mais corajosa do governo para implementar mudanças significativas na gestão do país. “Não adianta fazer alterações paliativas. Precisamos de uma reforma na previdência, trabalhista e tributária, além de uma reforma administrativa séria. Infelizmente, o (ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso trocou essas reformas pela reeleição e as reformas nunca foram feitas. Hoje, temos um problema político por causa da reeleição, que se mostrou um mau negócio”, afirmou Andrade.

O plano lançado nessa segunda-feira pela CNI, em parceria com as federações das indústrias dos quatro estados da região, identifica 86 obras consideradas urgentes para modernizar a malha de transporte e reduzir os custos com logística. De acordo com o estudo, a Região Sudeste precisa de investimentos de R$ 63,2 bilhões na malha de transportes até 2020. Essas obras permitiriam economia anual de até R$ 8,9 bilhões com o transporte de cargas.

Durante o encontro, empresários citaram um atraso de 30 anos na infraestrutura brasileira e a importância da retomada de investimentos. Para o presidente da Fiemg, Olavo Machado, mesmo diante de um cenário adverso, o setor produtivo não pode se acomodar com a falta de investimentos e deve buscar soluções para melhorar a logística nacional. “As parcerias público-privadas são uma boa opção. O governo não pode, diante das dificuldades, falar que não tem dinheiro e assim paralisar o país. Já ficamos reféns por muito tempo de governos incompetentes”, disse. O projeto Sudeste Competitivo é a última publicação da série Estudos Regionais de Competitividade. Já foram apresentados planos para todas as outras regiões.


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