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Estado de Minas

Odebrecht convocou executivos para executar 'guerra de guerrilha'


postado em 13/10/2015 12:07 / atualizado em 13/10/2015 12:34

São Paulo - A Polícia Federal resgatou e-mails do empresário Marcelo Bahia Odebrecht por meio dos quais ele convocou os executivos do grupo a partirem para "uma guerra de guerrilha". A determinação do maior empreiteiro do país, preso desde 19 de junho na Operação Juízo Final - desdobramento da Lava-Jato - foi revelada pela revista Época - ela própria alvo da estratégia de Odebrecht.

A guerrilha é uma guerra não convencional marcada também pelo jogo da informação e contrainformação. Em e-mail de 31 de janeiro de 2015, às 21h40, intitulado "contra-informação", o empresário sugere a formação de um dossiê com informações erradas sobre a Odebrecht. Ele orienta os executivos a encontrarem um emissário para entregar o documento à Época numa quinta-feira de manhã - reduzindo, assim, o tempo para a revista checar os dados -, destaca o repórter Daniel Haidar.

No mesmo dia, às 21h48, Odebrecht insistiu. "Vocês precisam gerar informações (que nos aliviem como a de aditivos Rnestsoh após PRC) e outras contra-informações deste tipo. Precisamos partir para uma guerra de guerrilha."

"Veja se vocês conseguem produzir esta semana (até 4.ª) um "dossiê" contra nós, com todas as offshores da OOG, inclusive com detalhes de algumas transações que possam parecer importantes. Um dossiê que parece que pode "nos destruir", mas que na prática são todas offshores legais. Vocês têm que encontrar alguém (sem ligação conhecida conosco) que possa entregar este dossiê a Época na 5.ª. E já preparem uma resposta forte a ser dada de nossa parte para desmoralizá-los totalmente na semana seguinte."

Segundo a revista, a Odebrecht não negou os e-mails, "mas diz que deles não resultou uma 'ação concreta'".

Marcelo Bahia Odebrecht está preso há 113 dias sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Sua defesa nega que ele tenha pago propinas no esquema de corrupção que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014.

Defesa

A Odebrecht afirma que "lamenta esta prática de vazamentos descontextualizados e distorcidos de mensagens eletrônicas, inclusive com edição e supressão de trechos e nomes de pessoas, o que permite que se criem conclusões das mais absurdas. A especulação trazida a partir deste vazamento nunca se converteu em qualquer ação concreta, como pode atestar a própria revista Época, o que torna a informação menos relevante ainda".


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