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Estado de Minas

MP entra com ação contra farra de diárias em Ipatinga


postado em 02/10/2015 06:00 / atualizado em 02/10/2015 12:02

O Ministério Público de Minas Gerais entrou na Justiça com uma ação civil pública contra o ex-presidente da Câmara Municipal de Ipatinga, no Vale do Aço, o vereador Werley Araújo, o Ley Trânsito (PSD). Na ação, o MP acusa o parlamentar de improbidade administrativa e ainda cobra os valores gastos em viagens que teriam sido realizadas por ele e outros vereadores para cidades turísticas do país. Para justificar o embarque para destinos paradisíacos, vereadores da Casa alegavam a participação em cursos. Assim, ganhavam diárias de viagem pagas com recursos públicos. O assunto foi denunciado com exclusividade em março pelo Estado de Minas. A reportagem foi usada pelo MP para embasar as investigações. Além de Ley do Trânsito, foram denunciados o Instituto Capacitar de Assessoria e Consultoria e o advogado Clésio Drumond, proprietário do instituto, acusados de forjar os cursos.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, a postura do parlamentar fere os princípios da administração pública, já que em nenhuma das nove viagens realizadas por Werley existiu a intenção real de se formar. E mais: o vereador, segundo a ação, por ser o chefe da Câmara, agia sem fiscalização autorizando os próprios deslocamentos. Em uma das viagens, com destino à Fortaleza, realizada durante o recesso parlamentar – entre 25 e 31 de dezembro de 2014 –, vereadores participaram de curso de formação sem qualquer relação com a atividade parlamentar. Eles tiveram aula de “prevenção ao câncer de mama”, “prevenção às drogas” e “resgate da ética e da cidadania”. Além disso, o curso foi demandado pelo Instituto Capacitar para quatro dias, mas, de acordo com folder do evento, a duração seria de apenas um dia. Durante as investigações e-mails trocados entre o hotel e o instituto mostraram que foi reservada apenas uma pequena sala e apenas no dia 27 de dezembro, comprovando a irregularidade.

Na ação, o promotor Fábio Finotti, da 7ª promotoria de Justiça de Ipatinga, indaga sobre a necessidade desses deslocamentos. “É moral direcionar tamanha monta de recursos públicos quando existem tantos outros interesses mais caros à coletividade? Certamente, não”, afirma. Em outro trecho, Finotti destaca que não houve interesse real do parlamentar de se formar. “A intenção do demandado Werley, não só na viagem a Fortaleza, mas em todas as demais, realizadas em 2014, sempre foi de turistar à custa do contribuinte”. O então presidente da Câmara de Ipatinga viajou para Curtiba (PR), Foz do Iguaçu (PR), Florianópolis (SC), Aracaju (SE), Maceió (AL) João Pessoa (PB), Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE). A reportagem tentou contato com o Warley, mas ele não foi localizado.


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