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Estado de Minas

Cardozo admite que governo precisa ser mais ágil para resolver conflito no MS

Em audiência na Câmara, ministro da Justiça diz que a mediação será o melhor caminho para uma solução, que passa por indenizações ou redesenho da área demarcada


postado em 09/09/2015 14:19 / atualizado em 09/09/2015 15:22

José Eduardo Cardozo afirmou aos integrantes da Comissão de Agricultura que a judicialização do conflito tende a atrasar ainda mais a busca por soluções(foto: Antônio Augusto/Agência Câmara)
José Eduardo Cardozo afirmou aos integrantes da Comissão de Agricultura que a judicialização do conflito tende a atrasar ainda mais a busca por soluções (foto: Antônio Augusto/Agência Câmara)

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reconheceu nesta quarta-feira que o governo precisa ser mais ágil para resolver conflitos entre fazendeiros e comunidades indígenas no país, como o que está acontecendo no Mato Grosso do Sul, e afirmou que a mediação é "a única forma" de solucionar essa crise. "Não podemos ser morosos, a negociação não é fácil, mas precisamos agir com rapidez", disse, durante audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara dos Deputados.



Desde a semana passada, a Força Nacional de Segurança está no Mato Grosso do Sul, onde índios e fazendeiros entraram em conflito. A região conhecida como Ñande Rú Marangatú, na fronteira com o Paraguai, é palco de disputas há mais de três décadas. Desde 1983, pelo menos três lideranças indígenas foram mortas no local. O último deles foi o líder Guarani Kaiowá Simão Vilhaça, encontrado morto com um tiro na cabeça no fim de agosto.

Segundo Cardozo, além de a mediação ser o "melhor caminho", a judicialização do conflito tende a atrasar ainda mais a busca por soluções. "A judicialização é um direito, mas arrastará qualquer solução", afirmou.
A área foi demarcada e homologada pelo governo como terra indígena, mas em 2005 o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu uma liminar cassando a decisão do governo. Nas últimas semanas os Guaraní Kaiowá, liderados por Vilhaça, decidiram invadir as terras. Os fazendeiros da região reagiram tentando expulsar os indígenas à força e então o conflito foi iniciado.

Cardozo afirmou que não descarta a criação de novos marcos legislativos e eventuais mudanças nas demarcações de terra, mas reforçou que qualquer alteração deve ser pactuada entre as partes. "Vejo com bons olhos a discussão sobre aperfeiçoamentos", disse. "A minha proposta é retomar o diálogo, para discutir indenizações, o redesenho da área demarcada ou qualquer outra solução que busque a pacificação", completou.

José Eduardo Cardozo reforçou que a Polícia Federal já está instruída a coibir qualquer ato de incitação à violência. "Nenhum esforço será poupado para garantir a defesa constitucional de lei e de ordem", assegurou.
A deputada Tereza Cristina (PSB-MS), que propôs a audiência pública, fez cobranças ao ministro e disse que é preciso que o governo "dê passos concretos". "Espero que desta vez possamos sair do campo da conversa para o campo da ação", afirmou.


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