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Estado de Minas

Setor elétrico está no foco da corrupção


postado em 29/07/2015 06:00 / atualizado em 29/07/2015 07:35

Brasília – O setor elétrico brasileiro já havia sido citado por delatores da Operação Lava-Jato como um dos focos do esquema de corrupção instalado, sobretudo, na Petrobras. As usinas de Angra 3, no Rio, e Belo Monte, no Pará, ambas em construção, são os principais alvos da organização criminosa. O dono da Construtora UTC, Ricardo Pessoa, afirmou, em depoimento de delação premiada, que o senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) tratou pessoalmente com ele sobre propina no valor de R$ 1 milhão.

O suborno seria para garantir à empreiteira contratos bilionários nas obras da usina nuclear. Além da UTC, o empreendimento é tocado por um consórcio formado pela Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Odebrecht, todas investigadas na Operação Lava-Jato. O valor total da unidade deu um salto gigantesco. Em 2008, a estimativa de custos da obra era de R$ 7,2 bilhões; pulou para R$ 10,4 bilhões, no final de 2010; em julho de 2013, de acordo com a Eletronuclear, superava os R$ 13 bilhões; e, até 2018, ano de sua conclusão, devem alcançar os previstos R$ 14,9 bilhões. Em 2013, o consórcio venceu uma licitação no valor de R$ 3,1 bilhões. Conforme a delação de Pessoa, o acordo firmado com Lobão previa propina aos caciques do PMDB no Senado.

O empreiteiro também contou em depoimento que fazia repasses ao o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, para obter informações privilegiadas e vantagens na corte. A licitação chegou a ser suspensa temporariamente pelo tribunal ainda na fase de pré-qualificação. O relator do caso e atual Corregedor da corte, ministro Raimundo Carreiro, proferiu a decisão. No entanto, no julgamento do mérito, ele liberou a continuidade do empreendimento.

O nome do senador Lobão também aparece na delação premiada de um dos executivos da empreiteira Camargo Corrêa. Ele afirmou aos procuradores da República que, em 2011, o então ministro recebeu aproximadamente R$ 10 milhões quando a empreiteira foi contratada para tocar as obras de Belo Monte. O advogado de Lobão, Antônio Carlos de Almeida, o Kakay, afirmou que o parlamentar está tranquilo em relação ao caso. “Não há nada objetivo contra ele”, disse. Carreiro disse que não tem nada a temer. “Eu não preciso de advogado.” Cedraz nega todas as acusações. (Com EM)

Censura a Duque

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu que Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, deve ser penalizado com censura ética. Ele é apontado como beneficiário de propinas pagas por empresas contratadas pela estatal e está preso no  Paraná. A censura é a punição máxima que a comissão pode determinar para quem não ocupa um cargo federal. É uma espécie de mancha no currículo e pode dificultar que a pessoa assuma cargos públicos no futuro. O processo estava em tramitação na comissão desde novembro.


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