Brasília - Em depoimento na CPI da Petrobras, o ex-ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, disse que o tempo levado no processo de investigação sobre o pagamento de propina da SBM Offshore a funcionários da companhia brasileira foi o menor dos grandes casos apurados até hoje pelo órgão. De acordo com ele, a CGU levou sete meses para iniciar o processo punitivo dos envolvidos, enquanto a média de outros casos foi de 36 meses.
Hage afirmou aos deputados que 13 funcionários da Petrobras estão sob investigação e um ligado à companhia holandesa. Entre os seis com investigação avançada até o momento estão os ex-diretores Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Zelada.
O ex-ministro criticou o que chamou de "decreto frouxo" que permite à Petrobras fazer contratações sem licitação. Ele voltou a atacar a falta de controle do governo sobre as estatais que não dependem do Tesouro e disse que é preciso criar um "Estatuto da Empresa Pública" de economia mista para definir melhor esse controle. Ele também defendeu a criação de um sistema anticarteis e disse que o projeto em discussão no Congresso sobre a Lei de Responsabilidade das Estatais não pode se limitar à escolha de diretores.