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Estado de Minas

Delator inglês reforça acusação contra a CGU

Ouvido pela CPI da Petrobras, ex-executivo da SBM Offshore, David Taylor, afirma que a CGU tinha elementos para abrir investigações, antes das eleições do ano passado, sobre pagamento de propinas


postado em 20/05/2015 06:00 / atualizado em 20/05/2015 07:34

Brasília – A CPI da Petrobras ouviu nessa terça-feira (19), em Londres, o ex-executivo Jonathan David Taylor, da SBM Offshore. A oitiva, que durou cerca de duas horas, ocorreu em um hotel e foi fechada à imprensa. No depoimento, Taylor disse que a Controladoria-Geral da União (CGU) já tinha elementos e documentação para abrir uma investigação relativa ao pagamento de propina por parte da SBM antes das eleições do ano passado. A CGU teria sido “negligente” ao só abrir as investigações depois de passadas as eleições. O inglês também repassou à CPI gravações de conversas com pessoas na Petrobras e cerca de 200 e-mails relativos ao caso.

“Superou, em muito, a expectativa dos deputados, principalmente a documentação apresentada”, disse o vice-presidente da CPI, deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA). Oito integrantes da comissão participaram da oitiva. O deputado Efraim Filho (DEM-PB) chegou a dizer que o dempoimento de Taylor dá subsídios à CPI para “questionar” o trabalho da CGU no caso. A SBM teria pago propina a ex-dirigentes da Petrobras para fechar contratos com a estatal.

Prisão

Para o relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ), as informações prestadas por Taylor precisam ser confrontadas com o ex-representante da SBM no Brasil, Júlio Faerman. Ele já foi convocado algumas vezes para depor no Congresso, mas não compareceu. Na última tentativa, no fim de março, Faerman não pôde ser localizado. Alguns parlamentares falam em pedir a prisão dele.

“Pelo que o Leo de Britto (PT-AC) me disse, ele (o inglês) contou que agia em parceria com Júlio Faerman. Diante disso, e com o Faerman se recusando a comparecer à CPI, nós teremos que pedir a prisão dele, para que ele seja considerado foragido. É o que pensa o presidente (da CPI), Hugo Motta (PMDB-PB)”, disse ao Estado de Minas o relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ). Em nota, a CGU afirmou que começou a investigar o pagamento de propina por parte da SBM ainda em abril, pouco depois de a empresa admitir que houve o pagamento de suborno.

Lula

O Ministério Público Federal determinou uma série de diligências para instruir investigação preliminar a fim de apurar se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticou tráfico internacional de influência para beneficiar a construtora Odebrecht, um dos alvos da Operação Lava-Jato. Segundo despacho da procuradora Mirella de Carvalho Aguiar, o Instituto Lula deverá fornecer a agenda completa do ex-presidente após deixar o Palácio do Planalto, entre 2011 e 2014, “ressaltando, em cada caso, se houve a apresentação de palestras e quem contratou e remunerou pelo serviço e pelo deslocamento ao exterior”. A apuração preliminar foi aberta em abril, a partir de reportagens que revelaram documentos sigilosos sobre empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à Odebrecht no exterior.

A Procuradoria da República no Distrito Federal pedirá à Odebrecht relação de todos os negócios que a maior empreiteira do Brasil fechou com Lula, ainda que por meio de outras empresas. Para cada palestra, a construtora deverá esclarecer “a pertinência do investimento”. Mirella Aguiar pede o valor de cada conferência e a forma de pagamento, além de custos de transporte, acomodações e outras despesas. O MPF pede ainda à Odebrecht que informe com que governos estrangeiros tem contratos e quais tiveram apoio financeiro do BNDES. Por meio de nota divulgada em abril, o Instituto Lula disse que “o ex-presidente faz palestras e não lobby ou consultoria”.

Investigação do Carf

O Senado instalou ontem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). A CPI vai apurar as denúncias feitas no âmbito da Operação Zelotes, na qual a Polícia Federal investiga fraudes bilionárias em decisões do órgão, que é também última instância administrativa para o julgamento de multas aplicadas pela Receita Federal. O presidente será o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), e a relatora, a Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Na primeira reunião após a instalação, a CPI aprovou  a primeira leva de requerimentos e decidiu pedir o acesso a todas as investigações da Operação Zelotes.


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