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Estado de Minas

Suíça bloqueia R$ 1,3 bilhão de pessoas e empresas investigadas na Operação Lava-Jato

Dinheiro suspeito está em contas de executivos e empresários investigados na Operação Lava-Jato. Desse valor, segundo o MP, R$ 391 milhões já foram liberados para repatriação


postado em 19/03/2015 06:00 / atualizado em 19/03/2015 07:19

Lauber com Janot: Não toleramos o uso do sistema bancário suíço para corrupção (foto: José Américo/PGR)
Lauber com Janot: Não toleramos o uso do sistema bancário suíço para corrupção (foto: José Américo/PGR)

Brasília – O procurador-geral da Suíça, Michel Lauber, anunciou nessa quarta-feira (18) o bloqueio de US$ 400 milhões – o equivalente a R$ 1,3 bilhão no câmbio de hoje – de pessoas e empresas investigadas por fraudes em contratos de empreiteiras com a Petrobras. Desste total, US$ 120 milhões (cerca de R$ 391 milhões) já foram liberados para a repatriação e US$ 90 milhões já estão em contas da Justiça brasileira. O dinheiro foi bloqueado a partir de nove investigações abertas na Suíça sobre corrupção e lavagem de dinheiro desviado da Petrobras. Durante a entrevista, Lauber não poupou elogios à cooperação entre o Ministério Público brasileiro e os colegas suíços. “Não toleramos o uso do sistema bancário suíço para corrupção e lavagem de dinheiro”, disse Lauber em entrevista ao lado do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Desde o início das investigações, em abril do ano passado, o Ministério Público da Suíça localizou 300 contas de brasileiros em 30 bancos por onde teria sido movimentado o dinheiro desviado da Petrobras. “Os donos dessas contas, na maioria das vezes em nome de empresas, são executivos de alto escalão da Petrobras e fornecedores, intermediários financeiros e, direta ou indiretamente, brasileiros e outras empresas estrangeiras que pagaram propinas”, informou o MP suíço em comunicado. Até o momento, pelas informações dos investigadores brasileiros, na lista dos titulares de contas na Suíça estão o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o ex-gerente da diretoria de Serviços, Pedro Barrusco, e o ex-diretor de Serviços, Renato Duque.

Nesta semana, autoridades do Principado de Mônaco bloquearam 10 milhões de euros (R$ 34,7 milhões) do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), há a suspeita de que o ex-diretor, que substituiu Nestor Cerveró, possa estar envolvido no esquema de corrupção.

Outro nome envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras, o ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, movimentou 20,5 milhões de euros (cerca de R$ 70 milhões) por contas na Suíça, Hong Kong, Bahamas, Estados Unidos, Panamá e Portugal. De acordo com o MPF, Duque tentou esconder o rastro do dinheiro desviado de forma ilícita da estatal desde março do ano passado, quando a Operação Lava-Jato foi deflagrada.

Devolução

A repatriação dos US$ 120 milhões é a maior realizada pelo Brasil e ocorre depois que o MP suíço abriu ao todo nove investigações em relação à estatal. “A devolução reflete a intenção clara da Suíça em tomar uma posição contra o uso indevido do centro financeiro para metas criminais e devolver o dinheiro do crime a seus proprietários de direito”, afirmou o MP suíço.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acompanhou a entrevista de Lauber ao lado do secretário de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República, Vladimir Aras. Janot destacou a cooperação entre o Ministério Público brasileiro e sua contraparte na Suíça. “Cada dia que passa essa cooperação técnica entre Ministérios Públicos se aprimora”, disse Janot, que reafirmou o “interesse institucional nessa cooperação.” Na terça, Janot e Lauber já se encontraram em mesa redonda que contou ainda com a participação de outros representantes do Ministério Público suíço, além dos procuradores que atuam na força-tarefa da Operação Lava- Jato, que atua junto à Justiça do Paraná, e de integrante do grupo de trabalho da PGR que atua nos casos de autoridades envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras. Janot destacou a “excelência da cooperação técnica entre os MPs suíço e brasileiro” e apontou que o trabalho é “técnico, profissional e dedicado”.

"Os donos dessas contas, na maioria das vezes em nome de empresas, são executivos de alto escalão da Petrobras e fornecedores, intermediários financeiros e, direta ou indiretamente, brasileiros e outras empresas estrangeiras que pagaram propinas"


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