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Estado de Minas

Parlamentares disputam presidências dos conselhos de ética da Câmara e do Senado


postado em 23/02/2015 06:00 / atualizado em 23/02/2015 07:40

Deputado Marcos Rogério recebeu doação de investigada, mas diz que isso não comprometerá seu trabalho(foto: Carlos Moura/CB/D.A Press)
Deputado Marcos Rogério recebeu doação de investigada, mas diz que isso não comprometerá seu trabalho (foto: Carlos Moura/CB/D.A Press)

A possibilidade de os inquéritos envolvendo políticos na Operação Lava-Jato chegarem ao Supremo Tribunal Federal nas próximas semanas acirra as disputas pelas presidências nos conselhos de ´ética da Câmara e do Senado. Os presidentes das duas casas estudam com cautela os nomes a serem indicados para concorrerem às vagas. Aquele que assumir a presidência dos conselhos será responsável por ditar o andamento de processos que podem resultar na cassação dos direitos políticos de parlamentares.

Na Câmara, com o apoio do ex-presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PSD-SP), o deputado federal Marcos Rogério (PDT-RO) trabalha para construir consenso entre a maioria dos deputados e conquistar os votos necessários para ser eleito. É a segunda vez que Marcos Rogério vai disputar a cadeira. Em 2013, mesmo sendo indicado pelo então presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), à vaga, Rogério acabou derrotado por Ricardo Izar por um voto.

Para conseguir a cadeira este ano, porém, Marcos Rogério vai precisar lidar com as denúncias de que teria recebido R$ 100 mil de doações de empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato para a campanha de 2014. “Se eleito, vou ter a postura de alguém que entende o papel relevante de trabalhar com o que estabelece a Constituição Federal e o Regimento da Casa. Quem acompanhou meu trabalho como relator em casos do conselho sabe que procuro ser o mais técnico e minha postura vai ser nessa linha”, afirmou Marcos Rogério. Ele nega que as doações comprometam a atuação no Parlamento.

Aliado de Sarney e Renan, João Alberto é um dos cotados para assumir o Conselho de Ética do Senado (foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados)
Aliado de Sarney e Renan, João Alberto é um dos cotados para assumir o Conselho de Ética do Senado (foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados)


Pelos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a doação de R$ 100 mil seria da construtora Queiroz Galvão, uma das suspeitas de participar de cartel para superfaturar em obras da Petrobras. Porém, a doação foi intermediada pelo partido. “O partido fez as doações. Isso não vincula a minha pessoa a essa empresa. Não tenho por que ter ligação com essa empresa. Quem me conhece sabe quais são os meus posicionamentos. Fui um dos que capitanearam coleta de assinaturas da CPI da Petrobras”, disse Rogério.

O deputado afirmou que espera que as indicações ao Conselho ocorram na próxima semana para evitar constrangimentos caso os processos cheguem ao Supremo nos próximos dias. “É prudente para a Casa fazer a indicação antes (das denúncias), que pouparia um desgaste de uma eventual estratégia”.

Este ano, Marcos Rogério pode ainda enfrentar um adversário de peso. Apesar de não se confirmar oficialmente na concorrência, o deputado federal José Carlos Araújo (PSD-BA) é um dos cotados para assumir à presidência. Experiente, José Carlos já presidiu o Conselho por quatro anos, além de ter no currículo oito anos como membro da comissão. O baiano também é um dos responsáveis pela derrota de Marcos Rogério na última eleição. Isso porque a candidatura avulsa de Izar contou com o apoio dele. Sobre a disputa, ele afirma: “enquanto o presidente não colocar a indicação, é tudo especulação”.

Aliado

No Senado, o nome mais provável a sentar-se na presidência do Conselho de Ética é o do senador João Alberto (PMDB-MA), aliado dos Sarney e de Renan Calheiros. Se confirmado o nome dele, será a quinta vez que vai presidir o conselho. Ele estava no comando do colegiado na última legislatura do Congresso, que terminou em janeiro deste ano. Ao senador maranhense, coube arquivar processos contra José Sarney (PMDB-AP), em 2010, época do escândalo dos atos secretos, em que medidas administrativas tomadas pelo Senado não eram publicadas oficialmente pela Casa.

Aliado de Renan, João Alberto é considerado um bom nome para ajudar o colega a se livrar de possíveis processos no Conselho. Isso porque vazamentos de informações da Operação Lava-Jato dariam conta de que Renan Calheiros é um dos nomes de mencionados por envolvidos como o doleiro Alberto Youssef de participar do esquema de corrupção na Petrobras. O presidente da Casa nega.


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