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Estado de Minas

Polícia apreende R$ 3,2 milhões na nona fase da Lava-Jato; entenda a divisão do bolo

Dinheiro encontrado pela PF estava dividido em cédulas de dólares, reais e pesos na sede de empresa contratada pela BR Distribuidora


postado em 08/02/2015 07:00 / atualizado em 08/02/2015 08:25




Brasília –
Dois dias depois da deflagração da nona fase da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal informou que apreendeu R$ 3,18 milhões em espécie em casas, empresas e escritórios das pessoas investigadas. Grande parte do dinheiro estava escondido na Arxo Indústria, em Santa Catarina, um dos principais alvos dos investigadores nesta etapa. A companhia fechou contrato de R$ 85 milhões com a BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras, para fornecer 80 caminhões de abastecimento de aviões. Delegados e procuradores suspeitam que a empresa pagou propina em troca de informações privilegiadas para fechar contratos com a estatal.

Na operação, foram recolhidas quantias em reais (R$ 1,27 milhão), dólares (US$ 629,6 mil), euros (53 mil) e pesos (82). A nona fase da investigação, denominada “My Way”, confiscou também 35 obras de arte, 518 relógios, cinco veículos de alto valor de mercado e uma grande quantidade de documentos e notas fiscais. Em março do ano passado, no início da Lava-Jato, os agentes da PF apreenderam aproximadamente R$ 5 milhões.

A Arxo alegou que o dinheiro encontrado serviria para o pagamento de servidores. A empresa comunicou que é vítima do revanchismo de uma ex-funcionária, Cintia Provesi Francisco, que havia sido demitida. Ela contou à Polícia Federal que a companhia pagava até 10% de propina para ganhar contratos que assinava com a Petrobras.

Essa etapa da investigação identificou mais 11 operadores da organização criminosa com atuação semelhante à do doleiro Alberto Youssef e cumpriu três mandados de prisão temporária e outros 40 de busca e apreensão.

As informações e documentos probatórios apresentados por Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras (confira na arte todo o esquema do escândalo que envolve a estatal), motivaram a Procuradoria da República no Paraná a pedir o bloqueio sem limite prévio das contas dos operadores, incluindo o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. O juiz federal Sérgio Moro, à frente dos processos relativos aos desvios na Petrobras, não acatou a solicitação. O magistrado alegou que “a medida ainda é prematura”. O Ministério Público Federal assegurou que “os operadores financeiros movimentaram em seu nome e lavaram centenas de milhões de reais em detrimento da Petrobras, no Brasil e no exterior”.

Além de 17 conduções coercitivas, a PF conseguiu prender o presidente da empresa Arxo, Gilson João Pereira, e um dos diretores da companhia, Sérgio Ambrósio Maçaneiro. João Gualberto Pereira Neto, sócio da Arxo, estava nos EUA. No entanto, retornou ao Brasil na sexta-feira e se apresentou na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. A novidade descoberta nesta etapa da Lava-Jato é que o esquema de corrupção, que até então se limitava às diretorias de Serviços, Abastecimento e à área Internacional, também tinha braços nas diretorias de Gás e Energia e Exploração e Produção. Na área de Gás e Energia, por exemplo, os investigadores descobriram que o percentual da propina variava normalmente entre 1% e 2%.

FORAGIDO Policiais federais estão a campo tentando cumprir o mandado de prisão contra Mário Frederico Mendonça Goes, também investigado na nona etapa da Lava-Jato. Com residência no Rio de Janeiro, Goes está foragido desde quinta-feira, quando foi deflagrada a operação. De acordo com o MPF, ele atuava no esquema de corrupção na Petrobras usando o mesmo estratagema de Youssef e do empresário Fernando Baiano, que recebiam propinas de empresas privadas para agentes da Petrobras e ocultavam a origem dos recursos. Goes apareceu nas investigações por meio de delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e depoimento espontâneo de Cintia Provesi.




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