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Estado de Minas

Compras de bens não tiveram concorrência


postado em 20/11/2014 07:22

Rafael Jardim Cavalcante, do Tribunal de Contas da União (TCU), deu detalhes sobre compras de bens da Petrobras(foto: Gabriela Korossy/Camara dos Deputados )
Rafael Jardim Cavalcante, do Tribunal de Contas da União (TCU), deu detalhes sobre compras de bens da Petrobras (foto: Gabriela Korossy/Camara dos Deputados )
Mais da metade das compras de bens da Petrobras nos últimos quatro anos foram feitas sem licitação, revelou ontem o secretário de Fiscalização de Obras da Área de Energia do Tribunal de Contas da União (TCU), Rafael Jardim Cavalcante, durante audiência pública na CPI Mista da Petrobras. Ele estima que a estatal tenha gasto em bens (não inclui obras, mas abrange maquinário, materiais e objetos de escritório) de R$ 60 bilhões a R$ 70 bilhões nesse período.

“Levantamentos preliminares apontam que 60% dessas contratações de bens são feitas sem licitação. Qual é o risco em termos de boa governança corporativa dessa prática e dessa previsão legal?”, pergutou o técnico do TCU. A sessão, com representantes da Petrobras, Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público Federal e TCU, debateu a legislação e o sistema de contratações da estatal.

Ao concluir o trabalho de investigação, a CPI vai propor alterações na lei para endurecer o controle sobre os contratos firmados pela empresa. O presidente do colegiado, que não compareceu à audiência, quer incluir no relatório final da comissão mudanças no decreto que permite à estatal firmar contratos de maneira simplificada.

O decreto, editado em 1998 no governo Fernando Henrique Cardoso, desobriga a estatal a cumprir a lei de licitações - que impõe uma série de regras nos contratos firmados por empresas públicas. Mesmo para os de alto valor, a Petrobras pode fazer apenas convites a um grupo restrito de empresas, por exemplo, o que é proibido pela Lei de Licitações.

O secretário do TCU também apontou riscos nas práticas adotadas pela administração pública na hora de ir às compras: “A Petrobras pode fazer convite em qualquer contratação e em qualquer valor: R$ 1 bilhão, 2 bilhões, 3 bilhões. O TCU tem acesso a conteúdo do convite somente após a contratação”, exemplificou.

A estatal alega que, por ser uma empresa que disputa com grandes companhias do setor, ela perderia competitividade ao seguir a lei de licitações e que tem regras próprias para contratar, o que foi repetido pelos técnicos das estatal presentes à audiência pública.


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