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Estado de Minas

Fila de 930 projetos podem ser arquivados na Assembleia de Minas por falta de votação

Se não forem votadas em plenário até dezembro, quase todas as propostas apresentadas na Assembleia ao longo dos últimos quatro anos serão arquivadas com o fim da legislatura


postado em 11/11/2014 06:00 / atualizado em 11/11/2014 08:05

Enquanto deputados estaduais batem de frente na tentativa de construir uma pauta comum e retomar as votações, uma infinidade de projetos corre o risco de ir para o arquivo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A um mês e meio do recesso parlamentar e faltando três meses para o fim do mandato, as perspectivas não são animadoras. Desde julho, início da campanha eleitoral, eles nada votaram e, se considerados apenas textos prontos para discussão e votação no plenário, há 930 projetos de lei (PL) e propostas de emenda à Constituição (PEC) na fila.

A retomada dos trabalhos encontra ainda empecilho no clima criado com a eleição do governador Fernando Pimentel (PT). Depois de 12 anos do PSDB no poder, deputados vão inverter os papéis: quem era oposição vira situação e vice-versa. As mudanças deixaram os ânimos exaltados e ameaçam, inclusive, a aprovação do orçamento do Estado para 2015. Nos corredores da casa legislativa, deputados temem não reunir quórum suficiente para votar a Lei Orçamentária Anual 2015 (LOA). Isso obrigaria Pimentel a começar a governar apenas com uma parte dos recursos.

Na avaliação do líder do governo na Assembleia, o deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), este é um dos momentos mais delicados vividos na casa legislativa. “Se chegar sem entendimento no Natal, ninguém vota mais nada. É muito difícil ter quórum, porque falta comprometimento de alguns que perderam as eleições e foram eleitos deputados federais”, afirma. “E, se não vota o orçamento, tudo fica complicado”, completa.

O líder da oposição, deputado Ulysses Gomes (PT), também reconhece a ameaça à votação do orçamento. “Não é o que se deseja, mas se não tiver acordo...”, reforça. Para dificultar, há nove vetos do Executivo que travam a pauta do plenário e precisam de quórum de 48 dos 77 deputados para ser apreciados, impedindo a votação de qualquer outra matéria. “Foi uma coincidência tantos vetos justamente num momento de transição. No meio disso há quase 30 deputados que não sabem o que vão ser (oposição ou situação) no próximo mandato. Vivemos uma situação política indefinida”, afirma.

Mas, além da LOA, o ritmo lento na Assembleia pode comprometer todos os projetos apresentados ao longo dos últimos quatro anos. O regimento interno da casa estabelece que, ao fim de cada legislatura, todas as proposições são arquivadas. A exceção são propostas de iniciativa popular e de autoria do governador que tramitem em regime de urgência. Caso um deputado deseje tirar alguma proposta do baú no próximo mandato, a tramitação volta à estaca zero.

A maior parte das 930 propostas prontas para ser analisadas no plenário se refere a doação de imóveis e criação de dia e semana de comemoração de um determinado tema, como Dia do Ciclista e Semana de Conscientização e Combate à Automedicação. Mas, nesse pacote de propostas, encontram-se também textos que pretendem alterar os encargos sobre as empresas de transporte, que institui o programa de reciclagem no estado, que preveem a isenção do Imposto sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) no caso de mercadorias destinadas a portadores de necessidades especiais, entre outros. Outras propostas tocam em questões como criação de cargos no Tribunal de Justiça Militar e aumento de salário dos servidores do Ministério Público.

 

NA PAUTA

Confira os projetos que já estão na pauta do plenário, à espera de votação

 

» Propostas de emenda à Constituição

PEC 47 – Veda a recondução dos membros da mesa da Assembleia para o mesmo cargo na eleição subsequente, na mesma legislatura ou na seguinte.

PEC 57 – Prevê a possibilidade de os cidadãos apresentarem proposta de emenda à Constituição, desde que assinada por, no mínimo, 0,5% dos eleitores do estado – o que equivale a 75 mil assinaturas.

PEC 69 – A proposição reintegra ao quadro de servidores efetivos do estado os 96 mil profissionais sem concurso público que deverão ser exonerados por causa de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

» Projetos de lei

PL 5.327/14 – Autoriza a abertura de crédito suplementar ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais até o limite de R$ 228,309 milhões.

PL 5.348/14 – Autoriza a abertura de crédito suplementar à Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais até o limite de R$ 54,353 milhões.

PL 427/11 – Dispõe sobre a fiscalização da venda de ingressos de eventos artísticos, culturais e desportivos por cambista.

PL 2.710/11 – Obriga a realização da cirurgia plástica reparadora da mama pela rede de unidades integrantes do Sistema Único de Saúde nos casos de mutilação decorrente de tratamento de câncer.

PL 5.165/14 – O projeto trata da revisão salarial dos servidores do Ministério Público (MP), fixando o percentual de reajuste da categoria em 6%.

PL 3.507/12 – Cria e transforma cargos nos quadros de pessoal da Secretaria do Tribunal de Justiça Militar e nas secretarias de Juízo Militar.


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