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Estado de Minas

Na defesa, Dilma faz ato final nas ruas de Porto Alegre

Petista fecha campanha com caminhada em Porto Alegre e discurso de repúdio a acusações


postado em 26/10/2014 06:00 / atualizado em 26/10/2014 07:57

Juliana Cipriani

(foto: AFP PHOTO / Jefferson BERNARDES )
(foto: AFP PHOTO / Jefferson BERNARDES )

Ao encerrar sua campanha pela reeleição com uma caminhada com militantes pelas ruas de Porto Alegre (RS), a presidente Dilma Rousseff (PT) chamou ontem de “processo golpista” a divulgação pela revista Veja de reportagem afirmando que ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinham conhecimento das irregularidades na Petrobras. A petista disse que a denúncia às vésperas da eleição não coaduna com uma situação democrática. “Eu acho um absurdo. Eu quero aqui manifestar meu repúdio a esse processo lobístico, golpista”, afirmou.


A presidente disse ter uma vida inteira demonstrando seu repúdio à corrupção. “Não compactuo com a corrupção, nunca compactuei. Quero que provem que compactuo, e não esse tipo de situação que insinua sem provas”, afirmou. Dilma voltou a dizer que vai investigar “a fundo” e “doa a quem doer” o suposto esquema de superfaturamento de contratos e pagamento de propinas pela Petrobras a integrantes de partidos políticos. Mais uma vez, a petista disse que o Brasil sempre engavetou ou deixou prescrever as denúncias de corrupção e afirmou que, com ela, isso não vai ocorrer.


Mostrando-se indignada, Dilma defendeu que responsáveis por injúrias e calúnias sejam punidos e disse que informará isso à nação “não dessa forma seletiva que permite que bandidos que tentam salvar a sua própria pele façam acordos políticos e digam coisas sem fundamento”. A petista se refere ao doleiro Alberto Youssef, que segundo a revista Veja, teria feito as acusações contra ela e Lula. “Não se pode tratar uma presidente da República assim, a três dias da eleição. Por que isso não apareceu antes, que história é essa?”, questionou.


O prédio da Editora Abril, que abriga a revista, na Zona Oeste de São Paulo, teve os muros de sua sede pichada com frases como “Veja mente” e Fora Veja” por um grupo que realizou um protesto na noite de sexta-feira. Os manifestantes jogaram lixo na entrada do prédio, atiraram pedras e rasgaram exemplares da revista. A polícia foi chamada para dispersar o ato e três pessoas foram detidas, mas liberadas em seguida. Segundo boletim de ocorrência registrado no 14º DP de Pinheiros, o protesto reuniu cerca de 200 pessoas e teve apoio de um carro de som da União da Juventude Socialista. Em nota, a revista afirmou que Dilma “centrou suas críticas no mensageiro, quando, na verdade, o cerne do problema foi produzido pelos fatos degradantes ocorridos na Petrobras”. A Veja não se manifestou sobre o protesto.


Dilma lamentou o vandalismo na sede da revista e disse repudiar todo tipo de violência como resposta a discussão política. “Isso é uma barbárie, não deve ocorrer, deve ser coibido. Ou seja, nós só podemos aceitar um padrão de discussão que seja pacífico, com argumentos, e que defenda posições e não ataque de uns aos outros”, afirmou.


Durante ato em São Bernardo do Campo, o presidente Lula também disse que vai processar a publicação. Segundo ele, a revista fez uma “tentativa grotesca” de influenciar o resultado do pleito e, para isto, “inventou uma mentira” e fez o “papel da insanidade da imprensa marrom”. De acordo com o petista, quem vencer no domingo terá de governar para 200 milhões de pessoas “que não são imbecis”. “É uma atitude de má-fé, leviana”, afirmou. Mais uma vez, Lula classificou o discurso da oposição de “lacerdista”, em referência ao jornalista Carlos Lacerda, adversário do ex-presidente Getúlio Vargas, que procurava gerar um clima de instabilidade em seu governo. “Só falta dizer que não pode ganhar e se ganhar não pode governar”, afirmou.

Na noite de sexta-feira, o Tribunal Supeiror Eleitoral concedeu pedido da coligação de Dilma e determinou que a revista não faça propaganda de sua edição da semana em rádio, TV, outdoor e internet. Para o ministro Admar Gonzaga, que foi advogado da presidente na campanha de 2010, a publicidade da revista também serve à campanha do senador Aécio Neves. A campanha de Dilma alega que a revista antecipou sua edição em dois dias com “a nítida intenção de tumultuar a lisura do pleito eleitoral”. Na ação, Veja se defende dizendo que a liberdade de comunicação “não pode ser sufocada por medidas de cunho censor sob a alegação de imaginária propaganda eleitoral”.


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