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Estado de Minas

Fora da disputa, Sarney diz que vai trabalhar para eleger candidato ao governo do MA

Apesar de confirmar que não vai concorrer a mais um cargo eletivo, Sarney pretende brigar para manter o prestígio político trabalhando para eleger um governador e dois senadores


postado em 25/06/2014 06:00 / atualizado em 25/06/2014 07:24

Aos 84 anos e há 24 de Senado, Sarney creditou à idade e a problemas de saúde de sua mulher a decisão de não concorrer este ano (foto: Lia de Paulo/Agência Senado)
Aos 84 anos e há 24 de Senado, Sarney creditou à idade e a problemas de saúde de sua mulher a decisão de não concorrer este ano (foto: Lia de Paulo/Agência Senado)

Brasília – O senador José Sarney (PMDB-AP) anunciou nessa terça-feira oficialmente à cúpula do partido que não concorrerá a mais um cargo eletivo em outubro. Para não perder o prestígio político, no entanto, vai trabalhar intensamente para eleger o senador Edison Lobão Filho governador do Maranhão, o deputado Gastão Vieira como senador pelo estado e Gilvan Borges como senador pelo Amapá. Em entrevista a uma rádio local, ele afirmou que a aposentadoria, após 24 anos como senador pelo Amapá, não significa o fim do seu prestígio nacional. “Tenho meu prestígio e não deixo de ter até eu morrer”, assegurou.

Sarney, que havia comunicado a decisão de deixar a corrida eleitoral na segunda-feira, por meio de nota divulgada por assessores no Amapá, passou todo o dia de ontem conversando com as principais lideranças peemedebistas, inclusive o vice-presidente Michel Temer. Comunicou que as razões para a decisão estão ligadas à própria idade (ele tem 84 anos) e ao fato de a esposa, dona Marli, estar muito doente.

Mas o declínio político no estado também pesou. Ele já teve bastante dificuldades para se reeleger em 2006. Em 2010, o grupo político comandado por ele perdeu o governo estadual para o PSB de Camilo Capiberibe e, em 2012, nova derrota na disputa pela Prefeitura de Macapá, vencida pelo Psol.

No Maranhão, o quadro também não é simples. Roseana Sarney abdicou de concorrer ao Senado, desgastada por uma administração estadual ruim, agravada pela crise no presídio de Pedrinhas. Candidato do PMDB escolhido para concorrer em nome do clã, o senador Edison Lobão Filho tem dito, em conversas com aliados, que é da “família Lobão, não da família Sarney”, uma maneira de tentar descolar-se do clã do senador.

A disputa será complicada diante da liderança segura conquistada pelo deputado Flávio Dino (PCdoB). A situação fica um pouco mais equilibrada no plano local se Gastão Vieira for eleito senador – ele está cinco pontos à frente de Roberto Machado, candidato apoiado a Dino. “Roseana, apesar do governo mal-avaliado, tem ainda respeito e ascendência na política local. Ela tem condições de manter o clã vivo regionalmente”, disse Gastão.

Para Flávio Dino, a saída de cena de Sarney é boa para a democracia brasileira. “Mostra que é salutar o sistema de alternância de poder, já que esse era o último clã que sustentava de maneira fechada a estrutura de poder estadual”, cutucou Dino. Paradoxalmente, contudo, ele afirma que as boas notícias, a médio prazo, para o Brasil, não significam uma folga na pressão local sobre o Maranhão. “Ele vai se dedicar de corpo e alma para manter o poder local”, acrescentou Dino. No plano nacional, Sarney ainda deve manter seu nível de influência. “Poucos políticos no país têm uma visão histórica e acurada da política como o Sarney. Claro que outras figuras do partido podem preencher esse vácuo deixado por ele ao abdicar de mais um mandato. Mas a figura de conselheiro ainda lhe cai bem”, disse um aliado.


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