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Estado de Minas

Editais para compra de lanches de autoridades incluem até degustação

Ao abrir licitação para compra do lanche das autoridades, órgãos públicos exigem alimentos de 'primeira qualidade', com direito a provas de queijos finos, geleias, salgados, pães e frios


postado em 12/05/2014 00:12 / atualizado em 12/05/2014 08:08

Uma preocupação comum nos editais de licitação para a compra de alimentos pesquisados pelo Estado de Minas é com a “qualidade” dos produtos a serem pagos com o dinheiro público. Em vários textos são comuns expressões do tipo “utilizar gêneros alimentícios de primeira qualidade” ou em “perfeitas condições de conservação, higiene e apresentação”.


Exigência tal que levou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) a incluir em edital para coffee break de seus ministros a possibilidade da atuação de uma “Comissão Avaliadora de Amostras”, que deve degustar alguns dos itens e emitir parecer quanto a critérios como cor, textura e sabor. O cardápio previsto no edital inclui lascas de queijo parmesão com mel de abelhas ou geleia e rissole de espinafre com gorgonzola.

Os vereadores de Uberaba, no Triângulo Mineiro, decidiram criar, no início deste mês, uma “Comissão Especial de Degustação de Pães”. No entanto, na sexta-feira, ela foi revogada pelo presidente da Câmara, vereador Elmar Goulart (PSD) e não deve ser reeditada por enquanto. É que a medida teve repercussão negativa na cidade, e o Legislativo foi obrigado de recuar.

O objetivo da comissão, de acordo com a portaria que a criou, era “assegurar a qualidade do produto ora mencionado” e acompanhar o processo licitatório “destinado ao fornecimento de gêneros alimentícios ao Poder Legislativo de Uberaba”. A comissão, no entanto, não é uma novidade. Ela já foi instaurada outras vezes, durante outras concorrências de lanches, para assegurar a qualidade do produto.

De acordo com a assessoria da Câmara, a intenção era fiscalizar o produto apresentado durante a concorrência para evitar que depois de vencido, o certame a empresa escolhida passasse a fornecer produtos de péssima qualidade. A assessoria disse ainda que como não houve interessados nessa concorrência, ela foi suspensa e a Câmara Municipal estuda firmar um contrato com a Prefeitura de Uberaba, que mantém uma padaria para produção de lanches para os servidores.

Quem também tentou qualificar a “merenda” foi o Tribunal de Justiça de São Paulo. Em novembro de 2010, a presidência do TJ chegou a criar uma comissão – formada por dois desembargadores – para “coordenar” o lanche dos magistrados. Diante da reação da Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo (Assetj), o grupo foi desfeito. Só o lanche não, e continua servido no intervalo das sessões de julgamento.

Necessidades Qualidade no prato, qualidade no trabalho. Pelo menos é o que justifica edital do Senado para a aquisição de gêneros alimentícios para suprir as necessidade do café diário dos senadores, “comprometido com o bom desempenho das atividades do plenário” da Casa. O contrato foi encerrado em 30 de abril, ao custo de pouco mais de R$ 47 mil e previa produtos como biscoitos, chás, leite, frios, sucos e torradas “levemente salgadas”. No dia 16, o Senado receberá novas propostas para adquirir gêneros alimentícios à medida que houver necessidade durante oito meses. A previsão de gastos é de pouco mais de R$ 56 mil com mantimentos, frios, pães, refrigerantes, carnes de primeira e até bacalhau. A listagem inclui ainda material de limpeza e higienização. (Colaboraram Alessandra Mello e Étore Medeiros)

 


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