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Estado de Minas

Empresa suspeita de integrar esquema de lavagem de dinheiro recebeu R$ 43 mi da União

A Jaraguá Equipamentos acumulou a quantia em seis anos. Maior repasse foi em 2010, ano de eleição presidencial


postado em 09/04/2014 06:00 / atualizado em 09/04/2014 06:59

Brasília – Investigada pela Polícia Federal como suspeita de ser uma das financiadoras do esquema de lavagem de dinheiro montado pelo doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava a Jato, a empresa Jaraguá Equipamentos Industriais Ltda., com matriz em Sorocaba (SP) e quatro filiais pelo país, recebeu R$ 41,3 milhões do governo federal nos últimos seis anos. Aproximadamente R$ 23,2 milhões foram repassados diretamente pela União apenas em 2010, ano de eleição presidencial.


Durante a campanha daquele ano, a empresa doou R$ 3 milhões ao diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 2011, repassou R$ 1 milhão ao partido e, no ano seguinte, mais R$ 1 milhão. O contrato firmado com o governo federal é referente à reconstrução da plataforma de lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS), em Alcântara, no Maranhão. Em 2009, a empresa em questão, líder do consórcio vencedor da licitação, recebeu R$ 5,2 milhões dos cofres públicos; em 2011, R$ 5,9 milhões; em 2012, R$ 1,1 milhão; em 2013, R$ 1,2 milhão e, neste ano, já ganhou R$ 4,4 milhões. Os R$ 41,3 milhões não incluem repasses feitos por estatais, estados ou municípios.

Os pagamentos foram emitidos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Por  meio da assessoria de imprensa, a Finep confirmou os valores pagos à empresa e afirmou que o contrato seguiu  os trâmites legais de uma licitação pública. Ressaltou que não há ligação alguma com as denúncias de corrupção na Petrobras.

A Jaraguá foi contratada pela Petrobras para a obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O jornal Folha de S.Paulo revelou que a empresa é uma das nove fornecedoras da estatal e depositou R$ 34,7 milhões na conta da MO Consultoria.

A mesma empresa fez doações, em 2010, para os candidatos a deputado federal Mário Sílvio Mendes Negromonte (PP-BA), Lindolfo Luiz dos Santos (PDT-SP), Pedro Henry Neto (PP-MT), Aline Lemos (PP-SP), Antônio Carlos Pannunzio (PSDB-SP), João Alberto Pizzolati Júnior (PP-SC), Luiz Fernando Ramos Faria (PP-MG), Roberto Pereira de Brito (PP-BA) e Roberto Sérgio Ribeiro (PP-PE).
 
Financiamento de campanha
A oposição acredita que as investigações da Operação Lava a Jato e de irregularidades na Petrobras podem revelar um novo esquema de financiamento de campanhas, mais sofisticado que o mensalão, que se basearia no pagamento de comissões por empresas que fecham contratos com a Petrobras. Os pagamentos não seriam feitos por meio de transferências ilegais ou de caixa dois, mas sob a forma de doações oficiais a campanhas de candidatos e comitês eleitorais de partidos, devidamente declaradas ao TSE. As doações podem advir de contratos superfaturados ou aditivos à realização de obras, como as apontadas na CPI do Cachoeira envolvendo a Delta Engenharia. A Polícia Federal encontrou e-mails em que o dirigente de uma empreiteira cobra do doleiro Alberto Youssef recibos de doações.

A oposição investiga o caso, citando  o aumento das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco – o custo inicial de US$ 2 bilhões saltou para R$ 18 bilhões – e a nebulosa transação envolvendo a refinaria de Pasadena, no Texas, comprada, em 2005, pela empresa belga Astra Oil por US$ 42,5 milhões e adquirida pela Petrobras por US$ 1,19 bilhão.

Para o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), “há uma conexão estreita entre uma empresa pública loteada para diretores indicados politicamente, empresas fornecedoras de serviços e doações de campanha. Tudo amarrado por um operador financeiro (o doleiro Alberto Youssef)”, enumerou Aloysio.

Integrantes da base  do governo afirmam que o doleiro teria  financiado campanhas também de opositores do Planalto.

 

 


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