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Estado de Minas

Aécio Neves se reúne com cúpula do PSDB para traçar programa tucano

A conversa perpassou a situação atual argentina e a crise do Mercosul, mas desembocou em estratégias e alianças para a candidatura do mineiro


postado em 29/01/2014 06:00 / atualizado em 29/01/2014 08:16

Aécio Neves, Tasso Jereissati e Fernando Henrique, após almoço na capital paulista: conversa incluiu de alianças para as eleições a questões externas(foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo )
Aécio Neves, Tasso Jereissati e Fernando Henrique, após almoço na capital paulista: conversa incluiu de alianças para as eleições a questões externas (foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo )

Após anunciar que o lançamento de sua candidatura à Presidência da República será em São Paulo, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) se reuniu nessa terça-feira com um grupo político de peso para definir um programa de governo. Em passagem pela capital paulista, o tucano esteve no apartamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, onde também encontrou o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati e o deputado federal Sérgio Guerra. Os três seguiram para um restaurante, no Bairro Higienópolis, para um almoço com o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer, o ex-embaixador Rubens Barbosa e o vereador Andrea Matarazzo. Segundo Aécio, o objetivo da reunião foi discutir questões internacionais, políticas e econômicas. A conversa perpassou a situação atual argentina e a crise do Mercosul, mas desembocou em estratégias e alianças para a candidatura do mineiro.


O almoço de uma hora e meia serviu para a construção de uma programa, segundo o senador, que reforçou sua “preocupação com os rumos do Brasil”. “Falamos que finalmente a presidente inaugurou a primeira grande obra de seu governo. Pena que não foi no Brasil”, disse sobre o Porto de Mariel, em Cuba, financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O Brasil forneceu um crédito de US$ 802 milhões (R$ 1,92 bilhão) para a construção do porto, que custou US$ 957 milhões e foi inaugurado na segunda-feira, com a presença de Dilma.

Aécio, mais uma vez, demonstrou interesse em criar uma conjunção política para que Tasso Jereissati concorra ao Senado pelo Ceará. A intenção é colocar alguém com uma imagem forte no Nordeste, região em que o PT vence em votos e de onde surgiu um terceiro provável candidato ao Palácio do Planalto, o governador de Pernambuco, Eduardo Campo (PSB). Tasso desconversou sobre a proposta. Ele também é cotado para a coordenação geral da campanha tucana à Presidência da República. Já o ex-embaixador Rubens Barbosa foi convidado a ajudar nos trabalhos do PSDB. Ele aceitou e deve atuar com o governador de Minas, Antonio Anastasia, centrando a campanha na eficiência da gestão estadual mineira.

Também ontem, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse em entrevista coletiva que o lançamento da candidatura de Aécio no estado é uma retribuição. “Quando fui candidato à Presidência da República, a convenção que me lançou foi em Belo Horizonte. Então, é uma retribuição. Se essa é a decisão do diretório nacional, ficamos muito honrados”, disse. O PSDB deve oficializar a candidatura até março, na capital paulista ou em uma cidade de sua região metropolitana.

ALVOS Além de reforçar o compromisso com os paulistas, o maior colegiado eleitoral do país, a escolha do estado para o anúncio tem outra razão. Segundo o ex-deputado e presidente do PSDB no estado Nilton Flávio, São Paulo pode dar a diferença a Aécio em “eventuais tropeços no Nordeste”. Para estreitar os laços, o senador mineiro estará em eventos em Araçatuba, São Carlos e Santos ao longo do mês de fevereiro. Ele também é presença confirmada no Congresso Paulista de Municípios, em Campos do Jordão.

O Nordeste é o segundo alvo do PSDB, de acordo com o deputado federal Marcos Pestana, presidente do PSDB mineiro. “Nossa prioridade estratégica é São Paulo e os estados do Nordeste. O Sul e o Centro-Oeste sempre votaram com o PSDB. No Espírito Santo a gente sempre ganha. E Rio de Janeiro é um caso à parte”.

Serra é operado

O ex-governador José Serra, de 71 anos, foi submetido a uma cirurgia na próstata, na manhã de ontem, no Hospital Sírio-Libanês. Ele passa bem, come e fala normalmente e deve permanecer internado até quinta-feira. A operação, uma ressecção endoscópica da próstata, foi realizada pelo urologista Miguel Srouge e durou cerca de uma hora. O procedimento foi feito para tratar um aumento benigno do órgão. Serra escolheu realizar a intervenção, que era optativa. Os médicos do tucano diagnosticaram o aumento da próstata no início do ano passado. A cirurgia estava agendada para julho, mas ao fazer os exames pré-operatório Serra descobriu que uma de suas artérias cardíacas havia passado por um processo de calcificação. Ele, então, foi submetido a um cateterismo, o que adiou a intervenção na próstata em razão dos anticoagulantes que deveria ingerir durante sua recuperação.

Escala na mira do PSDB

A bancada do PSDB na Câmara dos Deputados protocolou ontem representações contra a presidente Dilma Rousseff (PT) na Procuradoria-Geral da República e no Conselho de Ética da Presidência em razão da passagem de sua comitiva por Lisboa, no sábado passado, mesmo sem compromissos oficiais. Nos documentos, o líder do partido na Casa, Carlos Sampaio (SP), argumenta que a permanência de Dilma e de seus ministros e assessores na capital portuguesa não teve “nenhum interesse público” e pode ter sido “um ato de deleite privado pago com o dinheiro dos impostos que sustentam o patrimônio público”. Os tucanos pedem que a PGR apure se Dilma cometeu ato de improbidade administrativa e de crime contra a administração pública.

Após ter participado do Fórum Econômico Mundial, na Suíça, passou uma noite em Lisboa, antes de prosseguir viagem no dia seguinte para inaugurar um porto erguido com financiamento brasileiro em Cuba. A comitiva presidencial ocupou 45 quartos em Portugal, a um custo total estimado de R$ 70 mil, sendo que a suíte ocupada por Dilma tem preço tabelado equivalente a R$ 26 mil. A escala por Portugal não foi divulgada inicialmente pelo Planalto, que só se manifestou após a notícia vir a público. A justificativa do governo é de que a parada em Lisboa foi “uma escala técnica obrigatória” e o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, afirmou que a decisão foi tomada no sábado.

No entanto, o governo português foi comunicado da pernoite de Dilma no país dois dias antes, na quinta-feira, dia 23.

“Diante disso, a se confirmarem essas informações, a presidente da República não apenas fez uma escala injustificada em Lisboa, mas deliberou por transformar essa escala ociosa em uma alucinante cena de ostentação supérflua custeada pelo patrimônio público brasileiro”, escreveu Sampaio na representação. O pedido de investigação encaminhado à PGR também é estendido a Luiz Machado, ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; ao assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, à ministra-chefe da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito, e ao comandante da Aeronáutica, Juniti Saito.

Couro duro

A presidente Dilma Rousseff rebateu as críticas à sua agenda secreta em Lisboa, durante a qual se hospedou no hotel Ritz e jantou no badalado restaurante Eleven. “Eu escolho o restaurante que for porque eu pago a minha conta”, afirmou Dilma, em entrevista coletiva em Cuba. Questionada se o fato de a agenda ter sido revelada não afeta sua imagem de austeridade, Dilma respondeu que já se acostumou com notícias negativas. “Cheguei a um ponto em que o couro ficou duro”, disse ela.

Dilma afirmou ainda que é uma “exigência” dela que todos os ministros que a acompanham na comitiva paguem sua conta. Disse que já houve até um “caso chato”, como em um de seus aniversários, quando ela foi em um restaurante em Moscou e uma pessoa da comitiva se assustou com o valor da conta, mas desembolsou o dinheiro. “É que tem gente que acha esquisito uma presidente dividir a conta. Acho isso extremamente democrático e republicano”, completou.

 


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