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Estado de Minas

Deputados têm última chance este ano para aprovar novas regras para mineração

Se não houver acordo, tema não deve ser apreciado no plenário este ano


postado em 03/12/2013 06:00 / atualizado em 03/12/2013 07:48

Comissão do Marco da Mineração vai analisar amanhã nada menos que 130 artigos sugeridos pelo Palácio do Planalto e por deputados (foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Câmara - 17/7/13)
Comissão do Marco da Mineração vai analisar amanhã nada menos que 130 artigos sugeridos pelo Palácio do Planalto e por deputados (foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Câmara - 17/7/13)

O novo Marco Regulatório da Mineração deve ser votado amanhã na comissão especial que avalia as mudanças propostas pelo Palácio do Planalto para o setor. Depois de três adiamentos por falta de acordo em vários pontos do texto, os deputados terão de se posicionar sobre o novo marco se quiserem levar o projeto para o plenário da Câmara ainda neste ano. Já no Senado, o tema será apreciado em 2014. O texto foi enviado ao Congresso em junho pela presidente Dilma Rousseff (PT) com 59 artigos, enquanto o relatório preliminar elaborado pelo relator do projeto, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), foi entregue para análise dos integrantes da comissão com 130 artigos, mais que o dobro de sugestões feitas pelo Planalto.

Hoje, às 15 horas, os parlamentares da comissão especial se reúnem com os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Planejamento, Miriam Belchior; Casa Civil, Gleisi Hoffmann; de Minas e Energia, Edison Lobão; e das Relações Institucionais, Idely Salvatti, para fechar acordos sobre temas que ainda geram polêmica, como a forma de concessão para empresas e o direito a títulos minerários. Enquanto o Planalto defende que as concessões só devem ser liberadas por meio de licitações, o setor privado alerta para a necessidade de melhorar o dinamismo do setor, agilizando o processo de concessões de alvarás. “Será um encontro político e esperamos que o governo possa ceder em alguns pontos para que tenhamos um acordo sobre o texto final”, afirmou o relator.

Segundo Quintão, as negociações sobre os pontos divergentes do projeto continuam difíceis, mesmo depois de mais de 40 audiências públicas, em várias cidades do país, e encontros com equipes técnicas do governo federal. Na semana passada, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), assumiu compromisso em reunião com o governador Antonio Anastasia (PSDB) de votar as mudanças no novo marco entre os dias 10 e 11 de dezembro. No entanto, o projeto precisa ser aprovado na comissão antes de ser levado ao plenário.

O setor da mineração desempenha um papel importante na economia brasileira, sendo responsável por 4,3% do Produto Interno Bruto. Segundo estimativas do Ministério de Minas e Energia, no ano passado o setor movimentou quase R$ 190 bilhões no país, com cerca de 900 mil trabalhadores formais envolvidos na produção mineral. Mesmo com os expressivos números, especialistas alertam que o setor enfrenta uma série de barreiras legais que impedem a exploração dessas potencialidades.

QUESTÃO AMBIENTAL

Amanhã, o tema também será discutido na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, poucas horas antes da sessão em que está marcada para acontecer a votação do relatório final na comissão especial do Marco da Mineração. Os parlamentares pretendem cobrar a inclusão de propostas ligadas aos aspectos de proteção socioambiental no novo texto. Entre outros pontos, os deputados querem informações sobre o impacto do novo marco em terras indígenas e unidades de conservação ambiental. Para ambientalistas que participaram das últimas audiências na Câmara, o texto elaborado pelo Planalto pode representar um retrocesso para o país por se concentrar apenas em questões econômicas do setor.

Integrantes da Comissão de Meio Ambiente defendem que o texto aborde alguns aspectos da política de defesa ambiental, com propostas para que seja criado um zoneamento mineral que impeça a extração em corredores ecológicos, mananciais e territórios de populações tradicionais. Também foram apresentadas demandas para que sejam incluídos no novo marco regras para consultas às comunidades que poderão ser afetadas pela atividade mineral e que a mineração em terras indígenas esteja subordinada à legislação já existente.


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