A Justiça Federal decretou o afastamento do prefeito de Patrocínio do Muriaé, Pablo Emílio Campos Correa (PPS) – conhecido como Pablo da Laninha -, por suspeita de irregularidades na compra de merenda escolar. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), Pablo teria feito pagamento por alimentos que nunca foram entregues ou em quantidades superiores. Além disso, segundo o MPF, o prefeito teria incluído nas despesas pagas com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) gastos com carnes como contrafilé, alcatra e chã de dentro, sendo que para os alunos era servido acém, músculo, coxa de frango e moela. O afastamento é por 180 dias. OS prejuízos ao município, que fica na Zona da Mata de Minas, é de cerca de R$ 40 mil.
Sobre a inclusão de alimentos, como as carnes nobres, biscoitos e outros produtos que, efetivamente, nunca foram incluídos no cardápio dos alunos, o procurador classifica como "afrontosa". "Chega a ser afrontosa a constatação de que foram incluídas nas notas fiscais carnes nobres como chã de dentro, contrafilé e até mesmo alcatra, quando a análise dos cardápios e dos pedidos de alimentos das escolas de Patrocínio do Muriaé evidencia que eram servidas aos estudantes carnes de mais baixa qualidade, como acém, músculo, coxa de frango e até mesmo moela de frango", afirmou.
A medida de afastamento de Pablo da Laninha foi solicitada, após denúncias de que ele estaria adulterando documentos e tentando coagir testemunhas. “Acossado pelas denúncias de malversação de recursos destinados à aquisição de gêneros para a merenda escolar, tem tomado medidas concretas no sentido de inibir a apuração, subtraindo ou adulterando documentos, pressionando ou corrompendo testemunhas e coagindo até mesmo os participantes das Sessões da CPI da Câmara Municipal”, observa o juiz federal de Muriaé.
A Justiça também expediu mandados de busca e apreensão de documentos e decretou a indisponibilidade dos bens do prefeito, da empresa e de seu proprietário, Oldacir Luiz Valdier, até o limite de R$ 36.444,00, equivalentes ao prejuízo quantificado até o momento, acrescido de multa civil de até três vezes esse valor.
A reportagem tentou contato por diversas vezes com a Prefeitura de Patrocínio de Muriaé, mas ninguém atendeu as ligações.
