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Estado de Minas

Depois da disputa interna, PT mira na reeleição da presidente Dilma

Nos estados, com raras exceções, como São Paulo, caciques preferem alianças para estruturar o palanque presidencial


postado em 11/11/2013 08:26 / atualizado em 11/11/2013 08:36

A manutenção de Rui Falcão à frente do PT, que deve ser anunciada nesta segunda-feira no resultado do Processo de Eleições Diretas (PED), é a cartada que faltava para a legenda se dedicar integralmente ao principal objetivo: reeleger a presidente Dilma Rousseff. Como a própria Dilma não mantém laços muito firmes com o PT, a escolha de Falcão resolve uma questão estratégica. Ele, que também coordenará a campanha presidencial, é um dos únicos que têm bom trânsito em quase todos os campos partidários e no governo ao mesmo tempo, além do aval irrestrito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesse domingo, após votar, em São Bernardo do Campo (SP), Lula deixou claro que o segundo mandato de Dilma é a prioridade absoluta do PT, seguido da eleição do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para o governo de São Paulo. “(O PED) é importante primeiro para mostrar a força do PT e segundo para garantir que tenha uma direção consolidada e comprometida com o governo da presidente Dilma e com uma vontade política de eleger o próximo governador do estado, porque acho que São Paulo merece um governo do PT”, destacou.

A tática petista para 2014 repete o pragmatismo já adotado em 2002, quando Lula foi eleito. Mesmo enfrentando os diretórios locais, que, em muitos casos, querem candidatura própria ao governo dos estados, o comando do partido — leia-se Rui Falcão e Lula — tem costurado alianças convenientes para dar palanque a Dilma e não atrapalhar o caminho da reeleição. Para a lógica lulista, mais vale um aliado com nome forte do que um petista sem chances como candidato.

É o que acontece, por exemplo, no Maranhão, onde a legenda deve apoiar o presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), que está à frente nas pesquisas, e em Pernambuco, onde Lula pressiona o comando local a ficar ao lado de Armando Monteiro (PTB).O secretário nacional de Comunicação do partido, Paulo Frateschi, reconhece que a manutenção de Falcão na presidência é a primeira ação política para assegurar o plano. “Nossa tarefa é construir palanques sólidos para ela em todos os estados e é claro que isso vai influenciar nas decisões estaduais”, comenta. Outra jogada da legenda é trabalhar para fortalecer a bancada de deputados federais e aumentar a de senadores, na intenção de garantir a governabilidade de Dilma. “Tudo está em função disso, para ter uma estrutura política e institucional no Congresso”, disse.

Rui Falcão chegou ao comando do PT em 2009, depois que o então presidente José Eduardo Dutra se afastou por problemas de saúde. Aos poucos, ele conquistou a confiança de Lula por conseguir abafar correntes dissidentes, que por vezes se rebelam contra a gestão de Dilma, sem criar inimigos internos. Não por acaso, a expectativa é de que ele seja aclamado no cargo com cerca de 70% dos votos, mesmo com grupos que se incomodem com a insistência dele em alianças contrárias às ideologias petistas, como o PMDB. Em seguida, Falcão assumirá de vez a coordenação geral da campanha de Dilma.

Lula e Padilha: São Paulo é um dos poucos estados onde não há negociação pela cabeça da chapa (foto: Heirinch Aikawwa/Instituto Lula)
Lula e Padilha: São Paulo é um dos poucos estados onde não há negociação pela cabeça da chapa (foto: Heirinch Aikawwa/Instituto Lula)


Votação


A contagem das cédulas de votação começou nesse domingo às 17h, na sede do partido em São Paulo. A presidente Dilma Rousseff chegou para votar às 16h30, na sede nacional da sigla, em Brasília. Ela posou para fotos e não revelou o voto, limitando-se a dizer que deveria ir embora, porque o presidente do Uruguai, José Mujica, a aguardava. Mais cedo, pela manhã, Dilma usou o Twitter para dizer que tem “orgulho do PT” e que defende uma reforma política “decidida por consulta popular, ouvindo a população brasileira”. Ela ainda criticou as tentativas de enfraquecimento dos partidos políticos. “Ao longo da história, a ideia da política sem partidos esteve sempre ligada à defesa de governos autoritários e elitistas”, escreveu no microblog.

Pelo menos outras 41 pessoas votaram na sede nacional, que foi reservada para as pessoas que estavam fora de seus domicílios eleitorais. Além de Dilma, que poderia ter votado no Rio Grande do Sul, onde está registrado seu título eleitoral, as ministras do Desenvolvimento Social, Teresa Campello, e da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, também escolheram seus candidatos na sede, que fica no Setor Comercial Sul. Menicucci não revelou o voto, mas disse que, para trabalhar na reeleição da presidente, é importante que o PT mostre que não se afastou dos movimentos sociais e ressalte os feitos ao longo dos 10 anos no poder. Teresa disse ter votado em Rui Falcão e comentou que o PED serve para mostrar a união do partido.


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