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Estado de Minas

Dilma terá que ter jogo de cintura na reforma ministerial para não desagradar aliados

Na reforma ministerial prevista para o fim do ano, quando 12 titulares devem deixar o cargo, presidente terá de mostrar jogo de cintura para não desagradar aliados às vésperas da eleição


postado em 21/10/2013 06:00 / atualizado em 21/10/2013 08:15

A presidente Dilma Rousseff precisará de muito cuidado para mover as peças no xadrez da reforma ministerial que fará em dezembro. Não é apenas uma questão de substituir os ministros que concorrerão a algum mandato eletivo no ano que vem. Ela precisa manter a base unida para que parte da coalizão governista não se sinta disposta a escapar rumo aos candidatos da oposição. Tem de agradar o PT e o PMDB para não atrapalhar a própria campanha à reeleição e precisa decidir quem conduzirá a Casa Civil, principal pasta administrativa do governo.

Pelos planos da presidente, os novos ministros assumirão o cargo em dezembro, para passar os dois primeiros meses de 2014 inteirando-se do funcionamento da máquina e retomar os trabalhos após o carnaval. A única exceção deve ser Alexandre Padilha (Saúde), que pode ficar até abril para consolidar o Mais Médicos.

Entretanto, a pouco menos de dois meses do final do prazo, até mesmo as pastas que já tiveram titulares exonerados – Integração Nacional e Portos, com as saídas de Fernando Bezerra Coelho e Leônidas Cristino, respectivamente – continuam indefinidas. Dilma praticamente prometeu o Ministério da Integração para o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), mas só confirmará a indicação em dezembro, o que abriu a disputa interna. Com um dos maiores orçamentos da Esplanada – R$ 8 bilhões previstos para 2013 –, a pasta despertou a cobiça do PMDB, do PT e até do PP.

O PT também cobiça o ministério, especialmente pela grande capilaridade que a pasta tem no Nordeste – região crucial para as eleições presidenciais de 2014. Além disso, na cabeça dos articulistas políticos de Brasília, quem herdar a Integração Nacional receberá como bônus os outros cargos que pertenciam ao PSB de Eduardo Campos: a presidência da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), da Sudene e da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).

No caso do PP, o movimento é outro. O partido já comanda o Ministério das Cidades, que, no papel, tem até mais dinheiro para investimentos – R$ 9,5 bilhões –, mas concordaria em se mudar para a Integração para ter um plano de ação intensivo para o Nordeste. Dilma precisa negociar com cuidado com os pepistas. A direção nacional da legenda tende a apoiar a petista na campanha pela reeleição, mas não deu certeza se fará uma coligação formal (o que implica dar tempo de televisão a Dilma) ou se vai liberar o partido nos estados para coligações livres.

Sucessor

Dilma está em dúvida também sobre quem vai substituir Gleisi Hoffmann na Casa Civil. Em junho, antes dos protestos que ocuparam as ruas do país, o nome mais forte era o do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, mas correligionários enciumados minaram a indicação. Logo que ele perdeu prestígio, especulou-se que a vaga iria para a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Ela se apressou em desmentir, mas petistas próximos a Dilma lembraram que, quando a presidente se desincompatibilizou da Casa Civil para concorrer à Presidência, em 2010, indicou Erenice Guerra, e não Miriam, para o cargo. A ministra do Planejamento deve continuar onde está.

Cresceu, então, na bolsa de apostas, o nome do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Ele já havia sido cotado para a vaga após a queda de Antonio Palocci, ainda em 2011. Dilma, contudo, surpreendeu ao indicar Gleisi Hoffmann. Amigo pessoal da presidente, considerado um bom cumpridor de missões, Bernardo poderia se encaixar com exatidão no papel. Pesa contra ele, no entanto, o fato de ser marido de Gleisi. “Fica muito ruim ele comandar a principal pasta do governo e ela ser candidata ao governo do Paraná”, disse um senador aliado.

A opção passou a ser, então, o secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabbas. Companheiro da presidente nas aventuras de motocicleta pelas ruas da capital federal, ele estaria orientando Dilma na compra de uma moto. Mas políticos que integram a base de apoio ao governo acham que a Casa Civil “seria uma pasta muito grande para ele”.


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