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Estado de Minas

Gritos de protestos no Brasil ecoam no exterior


postado em 19/06/2013 06:00 / atualizado em 19/06/2013 07:57

O administrador Hugo Cayuela e sua mulher, a pedagoga Daniela Reis, levantaram seus cartazes em Londres em apoio ao protesto(foto: Hugo Guimarães Cayuela/Divulgação)
O administrador Hugo Cayuela e sua mulher, a pedagoga Daniela Reis, levantaram seus cartazes em Londres em apoio ao protesto (foto: Hugo Guimarães Cayuela/Divulgação)


Milhares de brasileiros e estrangeiros simpatizantes do movimento que sacudiu o Brasil anteontem foram às ruas em todo o mundo ontem fazendo ecoar o grito de protesto que começou em São Paulo. Na Inglaterra, pelo menos 1.200 pessoas se reuniram em Londres em apoio às manifestações. Na Austrália, cerca de 500 brasileiros compareceram ao evento marcado no Hyde Park, em Sidney. Em Hamburgo, na Alemanha, cerca de 250 pessoas se encontraram em frente à estação central de metrô para um ato. Munique também organizou um protesto ontem por meio da internet com 1.100 pessoas que confirmaram presença. Em Barcelona, na Espanha, o protesto teve cerca de 300 manifestantes e aconteceu na Praça da Catalunha. Madrid, Córdoba e Valência também organizaram atos ontem pela internet. Em Portugal, cerca de 500 brasileiros empunharam cartazes e cantaram palavras de ordem em Coimbra. Houve manifestações também em Lisboa, Porto e Faro.

Segundo o administrador de empresas e aluno da London Business School, Hugo Guimarães Cayuela, o protesto dos brasileiros em Londres, na Inglaterra, foi pacífico e conseguiu passar seu recado. Ele e sua mulher, Daniela Reis de Albuquerque Regina, foram ao encontro marcado em frente ao parlamento britânico (perto do Big Ben), às 20h. De lá, todos caminharam até a embaixada brasileira. "Os brasileiros em Londres representaram muito bem! Foi muito legal, com muita gente e muito respeito", relata Hugo. Ele diz que a polícia escoltou cuidadosamente e “com simpatia” o protesto. "Nós também fomos tranquilos e atentos para não invadir a rua, depois da hora do rush para não atrapalhar o trânsito", contou. Tinha até uma bateria para garantir a animação. Daniela relatou que a manifestação foi organizada, pacífica e apartidária e que havia senhores, pessoas da geração rock'n roll, e gente de todos os tipos.

Aplausos

O mestrando em design na Universidade de Coimbra, Lucas Sallum, de 24 anos, participou do ato que aconteceu no Largo Dom Diniz ontem e avaliou a manifestação como muito representativa. Segundo ele, os brasileiros passaram pela universidade onde integrantes da Inconfidência Mineira estudaram e foram aplaudidos por portugueses quando terminaram de cantar o hino nacional. Sallum conta que a palavra de ordem entoada, demonstrando que a passeata era descentralizada e solidária, foi: “Brasil, Turquia, Grécia e Portugal, a luta de classes é internacional." Ele acrescentou que participou porque acredita ser importante demonstrar apoio ao movimento que está acontecendo no Brasil.

Segundo números da página “Democracia não tem Fronteiras”, mais de 28 mil pessoas haviam confirmado presença em manifestações de brasileiros no exterior ontem. Dezenas de cidades na Europa, como Bolonha, Padova, Florença, Roma e Turim, na Itália; Lyon, na França; Bruxelas, na Bélgica; Glasgow, na Escócia; Den Haag, na Holanda; e Viena, na Áustria, tinham protestos marcados para ontem pela internet. Além delas também Buenos Aires e Rosário na Argentina; Cidade do México, no México; Calgary, Edmonton, Ottawa, Toronto e Vancouver no Canadá. (Colaborou Graziela Reis)

ONU contra excessos 


A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ontem que o Brasil promova uma investigação independente para apurar os excessos da polícia militar nas manifestações da semana passada. "Instamos o governo do Brasil a tomar todas as medidas necessárias para garantir o direito à manifestação pacífica e evitar o uso de força desproporcional nos protestos", informou nota divulgada pela entidade.

Repercussão pelo mundo

» El País


Durante a tarde de ontem o site do jornal espanhol El País publicou em sua manchete que a presidente Dilma Rousseff estendeu as mãos aos indignados do Brasil. A reportagem informa que "o grito de mais de 250 mil pessoas em 18 cidades em todo o país foi finalmente atendido pelo presidente. Depois de manter o silêncio durante dez dias, Dilma Rousseff elogiou na manhã de terça-feira "a força da rua".

» New York Times

O jornal norte-americano destacou ontem que a raiva dos manifestantes brasileiros está relacionada aos projetos de estádios em várias cidades que vão sediar a Copa do Mundo no ano que vem. O texto frisa que enquanto estádios são erguidos, escolas e sistema de transportes precisam de melhorias.

» The Guardian

O jornal inglês afirma que o Brasil viveu uma de suas maiores noites de protestos em décadas. A reportagem destaca que em Belo Horizonte a polícia entrou em confronto com manifestantes que tentaram romper um cordão de isolamento em torno do Mineirão, quando acontecia a partida entre Nigéria e Taiti.

» Irish Times

O diário da Irlanda ressaltou no título que os protestos foram os maiores dos últimos 20 anos no Brasil e que mais de 200 mil pessoas foram as ruas. “Por todo o país os manifestantes balançavam bandeiras brasileiras, dançava e gritavam slogans como: ‘A população acordou’ e ‘Perdão pelo incômodo, mas o Brasil está mudando’.

» Le Monde


O “milagre brasileiro está em pane”, diz a manchete do jornal francês de ontem, que ainda dedica uma página inteira aos acontecimentos e à “maré humana” que varreram o país nos protestos contra a alta dos preços, a corrupção e os gastos com a Copa do Mundo. Segundo o jornal, o governo da presidente Dilma Rousseff “paga hoje o preço” de uma revolta popular instigada pelas “despesas suntuosas da Copa do Mundo de 2014”.


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