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Estado de Minas

Candidatos à presidência da Câmara reduzem despesas de campanha

Constrangimento causado por gastos exorbitantes em campanhas anteriores leva candidatos a presidente da Câmara dos Deputados a reduz despesas com a disputa


postado em 06/01/2013 00:12 / atualizado em 06/01/2013 07:25

A corrida presidencial à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados não é mais a mesma. Gastos exorbitantes, totens com fotos de candidatos em tamanho real e belas moças desfilando pelos corredores do Congresso com camisetas de campanha perderam o espaço que ocupavam num passado bem recente. A farra publicitária que marcou a eleição de 2005 - quando Severino Cavalcanti ganhou de virada — foi tão constrangedora que normas internas foram baixadas para moralizar as campanhas. A disputa daquele ano, por sinal, deixou lições não só no campo do marketing, mas das negociações e dos acordos políticos. Os custos - que chegaram a beirar a casa dos R$ 2 milhões em uma única candidatura — diminuíram. As campanhas ficaram mais modestas e discretas.

Nas eleições para o biênio 2013/2014, os deslocamentos aéreos representam a conta mais alta a ser paga pelos principais interessados na cadeira de presidente da Câmara: Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Júlio Delgado (PSB-MG) e Rose de Freitas (PMDB-ES). Com o “fantasma Severino” assombrando candidatos favoritos, o nome oficial do governo para ocupar o cargo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), já montou um cronograma de visita a 12 estados. Alves garante que o jatinho será emprestado por um colega de partido, o que restringiria os custos ao combustível da aeronave. O valor não foi divulgado pelo parlamentar. Com base no plano de voo do peemedebista, o Estado de Minas fez as contas: ele vai gastar, por baixo, cerca de R$ 17 mil com combustível, sem contar as diárias dos pilotos.

O peemedebista aposta em viagens por capitais estratégicas: Natal, Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Fortaleza e João Pessoa. Em cada uma dessas cidades, Alves vai se reunir com governadores e deputados federais. A estratégia é a mesma usada na última eleição pelo atual presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Foi o petista quem ajudou Henrique Eduardo Alves a traçar a geografia das visitas. O parlamentar disse que vai pagar o combustível do avião do próprio bolso, sem mexer na cota parlamentar.

Renovação

Não é de hoje que os custos com viagens encarecem as campanhas à Presidência da Câmara. Um dos envolvidos na campanha de João Paulo Cunha (PT-SP) em 2003 calcula em cerca de R$ 1,5 milhão o custo do aluguel do jatinho usado durante a candidatura petista. A conta, disse, foi paga pelo partido. “O presidente Lula havia acabado de ser eleito e existia uma resistência em dar o comando da Casa ao PT. Também tinha havido uma renovação de quase 40% dos parlamentares e João Paulo Cunha não era conhecido. Ele foi a todos os estados e promoveu cafés da manhã, almoços e jantares com as bancadas”, contou. Em 2005, a situação mudou e o foco dos gastos também. Naquele ano, excepcionalmente, o Congresso funcionou entre 19 de janeiro e 13 de fevereiro e a campanha ficou concentrada em Brasília. Foi o ano da farra de banners, cartazes e brindes, como as famosas (e caras) canetas Sheaffer. As críticas aos excessos vieram de todos os lados.

Além das viagens, os candidatos à Presidência da Câmara na eleição deste ano focaram a campanha em informativos, telefonemas, almoços e jantares. Alguns ainda recorreram a brindes. Henrique Eduardo Alves distribuiu aos demais 512 deputados federais exemplares do livro O que eu não quero esquecer, de sua autoria. O presente foi entregue em dezembro e custou R$ 6,4 mil. A assessoria dele nega que a benesse faça parte das estratégias de campanha. O candidato gastou R$ 25 mil com a impressão de 2 mil exemplares do livro, que reúne os principais pronunciamentos feitos por ele nas últimas 11 legislaturas. Cogita-se a possibilidade de ele escrever outro, daqui a dois anos, incluindo entre as memórias o período como presidente da Casa.

Tranquilo com o apoio que recebeu da maioria dos partidos, Alves aproveitou o início deste ano para curtir sombra e água fresca em Natal. Atendeu a imprensa quinta-feira passada, mas negou entrevistas na sexta-feira. Em plena reta final de campanha, evitou, inclusive, atender o telefone. Por mensagem de celular, disse a uma repórter do Estado de Minas que só queria “praia, praia e família”. (Colaborou Adriana Caitano)


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