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Estado de Minas

Base aliada do governo dribla pedido da oposição para ouvir Valério

Governistas adiam votação na CCJ do Senado sobre convocação do operador do mensalão para esclarecer denúncias contra Lula


postado em 13/12/2012 00:12 / atualizado em 13/12/2012 08:23

Brasília – Em ação articulada, a base aliada do governo conseguiu adiar ontem a votação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, para convocar o empresário Marcos Valério a prestar esclarecimentos sobre as acusações de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu aval para o mensalão. A oposição, entretanto, mantém a intenção de investigar o caso e protocolou representação na Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo a investigação de Lula. As denúncias foram feitas em depoimento dado à própria PGR por Valério, considerado o operador do esquema de pagamento de propinas a deputados da base aliada de Lula em troca de apoio no Congresso.

Após se recusar a colocar em votação a convocação de Valério, o presidente da CCJ do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), prometeu colocar o assunto em pauta antes do recesso parlamentar, que começa no fim do mês. A base do governo, que é majoritária, está mobilizada para impedir a aprovação do requerimento. Um dos autores do requerimento, o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), ressaltou a importância de aprovar o pedido, mas disse ter ficado satisfeito com a promessa de que ele será colocado em votação até o fim do ano.

 Mais tarde, na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, parlamentares da base também evitaram a convocação dos ministros da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, além do convite à ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, derrotando requerimentos apresentados pela oposição.

Numa manobra articulada com o senador Fernando Collor (PTB-AL), a base do governo conseguiu ainda aprovar convites para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso prestem depoimentos à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência. Por se tratar de convites, eles não são obrigados a comparecer.

O convite a Gurgel, proposto por Fernando Collor, tem como justificativa ouvi-lo sobre as relações entre o Ministério Público e a Polícia Federal. Já o requerimento relativo ao ex-presidente, de autoria do líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), pretende esclarecer os procedimentos adotados em seu governo em relação à gestão de Furnas e da Eletrobras. “Se eles querem guerra, vão ter! É a primeira vez que participo desta comissão e gostei”, afirmou o deputado.

A comissão não é convocada com regularidade. Esta foi sua terceira reunião em 2012. É composta por apenas seis integrantes, quatro deles da base do governo. Os requerimentos para os convites a Gurgel e FHC não estavam previstos na pauta da comissão, e foram incluídos durante a sessão, após acerto entre o líder do PT na Câmara, Tatto, e Collor, que preside a comissão.


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