A pressão dos 62 pré-candidatos a vereador do PSB em Belo Horizonte – que ameaçaram renunciar coletivamente ao pleito – e do PSDB está surtindo efeito. Para evitar o imbróglio com os aliados, o PSB pode sair sozinho na disputa por vagas na Câmara Municipal. O assunto ainda vai ser discutido com os petistas, que impuseram a coligação proporcional com os socialistas como uma condição para reeditar a aliança de 2008, bem como manter a vice-prefeitura.
A decisão atende os interesses do PSB, que teme eleger uma bancada reduzida se houver coligação com o PT na proporcional e acalma os ânimos dos tucanos que, além de ficar de for a da composição para a chapa majoritária, também teriam dificuldades em eleger vereadores se mantido o acordo com os petistas. É que o PT tem um número maior de candidatos puxadores de votos do que PSB e PSDB. A expectativa dos petistas era aumentar de seis para oito o número de vereadores, o que garantiria à legenda o comando da Câmara Municipal. Pelas contas dos partidos o PSB elegeria no máximo quatro e o PSDB dois. Todos os pré-candidatos do PSB assinaram o manifesto contra a coligação com o PT, enviado para as direções municipal, estadual e nacional da legenda. O documento foi apresentado terça-feira, durante plenária do PSB.
A promessa de chapa pura na disputa por vagas na Câmara foi feita por dirigentes do PSB aos vereadores e confirmada por fontes ligadas aos tucanos, que vem pressionando Lacerda por causa dos acertos feitos com o PT à revelia do PSDB e das consequências para as disputas estaduais e presidenciais de 2014. No entanto, o acordo envolvendo a retirada do PT da coligação proporcional não resolve todos os problemas de Lacerda. O PSDB já deixou claro ao partido que não vai mover uma palha para desestimular as candidaturas de aliados, o que pode levar a disputa para o segundo turno.