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Estado de Minas

Procurador da República será o primeiro a depor sobre Cachoeira


postado em 28/04/2012 07:00 / atualizado em 28/04/2012 10:48

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, será a primeira autoridade a prestar depoimento na comissão parlamentar de inquérito (CPI) mista que vai investigar as relações do bicheiro Carlos Cachoeira com políticos e empresas públicas e privadas. Assim como o suposto consenso em torno da abertura da CPI, tanto a base aliada quanto a oposição enxergam em Gurgel um elemento menos explosivo para ambos. Ao sentar na cadeira de depoente, porém, o procurador-geral da República será o centro do cabo de guerra político travado entre oposicionistas e governistas.

O discurso oficial é de que é preciso obter informações sobre as operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, que culminaram na prisão de Cachoeira. A base aliada, entretanto, pedirá explicações a Gurgel por ter levado cerca de quatro anos para pedir abertura de inquérito contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). “Ele apresenta muito mais risco para a base aliada, sobretudo porque Demóstenes, da oposição, já está sangrando. Quem garante que as declarações do PGR não vão obrigar a investigação a escolher o Palácio do Planalto como seu norte?”, avaliou um líder governista.

Petistas também pretendem questionar Gurgel sobras as razões que o levaram a não pedir abertura de inquérito contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), ao contrário do que fez com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). “O Perillo pediu para ser investigado, o Gurgel não se antecipou. Isso só piora a situação dele na CPI”, apontou um petista que integra a comissão.

Outro esclarecimento que petistas pretendem pedir diz respeito ao reatamento de relações com Demóstenes, em meados do ano passado. O senador havia, em junho de 2011, criticado duramente o Gurgel por ter arquivado uma representação assinada pelo parlamentares contra o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci. Na ocasião, o senador afirmou à imprensa que Gurgel se “acovardou” e o acusou de ter tomado a decisão para facilitar sua recondução ao cargo de procurador-geral, já que seu mandato expirava no mês seguinte.

Mais um fato pode ser negativo para Gurgel: no início de maio do ano passado, ele recebeu em seu gabinete Demóstenes e o irmão, Benedito Torres, que trabalharam pela indicação de Tito Amaral para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O encontro, confirmado pela PGR, teve êxito e Tito recebeu a indicação de Gurgel. Na semana passada, o Estado de Minas mostrou que Tito foi assessor de Demóstenes na Procuradoria-Geral de Justiça de Goiás, na Secretaria de Segurança Pública do estado e se instalou no gabinete do senador de terça a quinta-feira durante nove anos, quando foi designado pelo MP goiano para acompanhar trabalhos de interesse do órgão. Na manhã de quarta-feira, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), vão visitar Gurgel para convidá-lo a ir à CPI. (Colaborou Gabriel Mascarenhas).

À disposição

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem, em Campinas (SP), que nunca se encontrou com Carlinhos Cachoeira, mas que está “absolutamente à disposição” para dar explicações sobre a menção feita a ele na Operação Monte Carlo da Polícia Federal, na qual o contraventor foi preso. Segundo padilha, é seu papel como ministro ter contato com a indústria farmacêutica. De acordo com a PF, Cachoeira é dono oculto de um laboratório e controla um instituto que reúne grandes empresas da área farmacêutica, entre outros negócios vinculados ao jogo do bicho. "É meu papel ter contato com a indústria farmacêutica, assim como receber um senador quando ele solicita uma audiência formal. Foi esse o meu contato, nunca conheci ou encontrei com Carlos Cachoeira ou Wladimir Garcez (ex-vereador do PSDB de Goiânia e auxiliar de Cachoeira), nem recebi ninguém a pedido deles", disse.




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