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Estado de Minas

Kassab e Haddad já conversam sobre aliança PT-PSD


postado em 19/01/2012 18:47

Na próxima semana, assim que deixar o Ministério da Educação, o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad deve ter um encontro com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD) para discutir uma possível aliança na sucessão municipal. Desde que Kassab ofereceu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o apoio do PSD, Haddad e o prefeito já tiveram, pelo menos, duas conversas telefônicas sobre o assunto. A data do encontro, que não é oficialmente confirmado pelo PSD, ainda não foi marcado. "As conversas estão avançando, mas ainda é uma coisa distante", relatou uma liderança do PT.

Haddad deve desembarcar em São Paulo na quarta-feira, dia em que completará 49 anos, acompanhando a presidente Dilma Rousseff. A expectativa é de que ele participe da homenagem que Kassab fará à Dilma e ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), na sede da prefeitura, com a entrega da Medalha 25 de Janeiro. Após o evento, a militância fará uma festa ao aniversariante. Haddad deve passar o resto da semana em reuniões internas do partido.

Segundo petistas, ao ouvir a proposta de aliança de Kassab, Lula pediu para que o prefeito procurasse o pré-candidato. "O Kassab fez a proposta ao Lula e ligou para o Haddad em seguida", contou uma liderança do partido. Kassab esteve com Lula no dia 4, no primeiro dia de seu tratamento radioterápico no Hospital Sírio-Libanês. Não foi por acaso que Haddad apareceu no hospital no dia seguinte para visitar Lula. "O Haddad está levando em conta essa situação", ratificou o petista.

Além de falar com o pré-candidato petista, Kassab também tem feito contatos informais com lideranças do PT. "É um cenário novo, surpreendente para a maioria do partido. Mas na medida em que virar uma proposta concreta, será discutido no encontro municipal do PT em maio", disse um líder da sigla.

Kassab potencializa PT

Em conversa com dirigentes do PT, o ex-presidente Lula deixou claro que é favorável à aliança com o PSD porque "o Kassab tem feito um movimento real de aproximação com o governo Dilma e isso é muito positivo". Na avaliação de Lula, diz o dirigente, o apoio do PSD pode potencializar as chances do PT em São Paulo. "Ele (Kassab) vindo para o nosso lado, esvaziaria o outro e aumentaria nossas chances de vitória", revelou. Segundo os líderes do partido, Lula pediu que o PT paulistano faça um debate "de maneira racional" e que o partido deve se sentir "confortável com a decisão".

Apesar das conversas estarem evoluindo, as resistências no PT contra essa aproximação são significativas, mas "não são insuperáveis", avalia um petista. "O PT tem que vencer uma série de resistências e o Kassab tem que vencer também as resistências do lado dele", disse a mesma fonte. "O Lula sabe que é complicado, sabe das resistências, mas é evidente que ele olha por uma ótica nacional", emendou outro petista. Pesa contra a aproximação o fato de Kassab ter feito uma gestão oposta ao projeto do PT e a percepção que o eleitor terá da aliança, uma vez que o PT passou os últimos anos na oposição do governo Kassab.

"Durante sete anos fizemos oposição porque não concordamos com as políticas do Kassab. Não tem como defender um governo em que fomos oposição por sete anos", argumentou o vereador paulistano Chico Macena. O vereador disse que se colocará contra qualquer aproximação com o partido do prefeito. "O PSD nacional é diferente do PSD na cidade de São Paulo. Na capital, são projetos diferentes. Essa é uma proposta que não vai prosperar", afirmou.

Já o vereador José Américo vê essa aproximação com reservas. "Eu sou bastante crítico a essa ideia, mas seguirei o partido", ressaltou. "Não posso descartar que a ideia prospere, mas o sentimento da militância hoje, ainda que tenha a liderança simpática à proposta, é disso não prosperar", comentou outra liderança.

A negociação com Kassab será o principal tema do reunião do Conselho Político de Haddad, marcada para o dia 28. "A reunião será muito importante para avaliar o quadro. A decisão será se procedem ou se param as negociações", afirmou um dirigente. "Tem muita gente em dúvida, querendo refletir mais, mas tudo será discutido no nosso ritmo, não dá para ser diferente. Isso se ele (Kassab) quiser ter alguma possibilidade de conversa. Se quiser ser rápido, acaba a conversa já, porque não vai ser rápido", completou outro.


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