O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, negou nesta sexta-feira que a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, para a Prefeitura de São Paulo tenha sido fruto da imposição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Lula nunca impôs sua vontade no PT, ele expressa a sua opinião", disse o dirigente, reconhecendo, contudo, que a opinião de Lula "tem um peso muito grande", mas não foi o fator determinante na escolha de Haddad. Segundo Falcão, a escolha é resultado de um consenso interno.
Depois do anúncio da escolha da candidatura de Haddad, Falcão reforçou o peso da militância na decisão. Ele lembrou que os cinco pré-candidatos - os senadores Marta e Eduardo Suplicy, os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini, além de Haddad - participaram de plenárias em 33 regiões da cidade. "O peso do Lula foi significativo na escolha, mas também foi significativa a manifestação da militância nas 33 plenárias na Capital", disse.
Após o processo que se estendeu ao longo do segundo semestre deste ano, o dirigente petista afirmou que a legenda saiu da seleção mais forte e unida. "Nós temos unidade e os outros partidos ainda discutem data de prévia e se vão se coligar. Essa é a diferença do PT", disse Falcão, em clara referência ao PSDB, que ainda tem quatro pré-candidatos, não definiu data das primárias nem confirmou se fará aliança com o PSD do prefeito Gilberto Kassab.
Perguntado sobre a inexperiência de Haddad em disputas eleitorais, Falcão lembrou que a presidente Dilma Rousseff também era inexperiente nas urnas quando foi eleita. "Experiência nas urnas se adquire quando você se candidata. A companheira Dilma nunca havia sido candidata e se revelou uma excelente candidata", disse.
Ao final do anúncio, o candidato petista afirmou que as prioridades de sua campanha serão as áreas de transporte e educação, setores que foram destaque na gestão de Marta Suplicy (PT). "Foram bandeiras importantes da gestão Marta que precisamos resgatar", justificou.