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Estado de Minas

Desafio do governo federal é livrar 909 mil da miséria

No seminário Pobreza e Desigualdade, na ALMG, especialistas discutem formas de tirar os mineiros dessa situação, mas esbarram em cenário nada animador, com falta total de investimentos


postado em 25/10/2011 06:00 / atualizado em 25/10/2011 08:36

Seminário realizado na Assembleia foi organizado pelo Poder Legislativo, depois de encontros regionais em diferentes municípios(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press )
Seminário realizado na Assembleia foi organizado pelo Poder Legislativo, depois de encontros regionais em diferentes municípios (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press )
Especialistas na área de assistência social, educação e saúde se reuniram ontem, no primeiro dia da etapa final do seminário Pobreza e Desigualdade, realizado na Assembleia Legislativa, para tentar encontrar um meio de retirar da miséria os 909 mil moradores de Minas Gerais que se encontram nessa situação, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O cenário, porém, não é animador. Segundo a doutora em ciências sociais aplicadas à educação pela Universidade de Stanford (EUA), Laura da Veiga, apesar dos investimentos da União, estado e prefeituras em assistência social, saúde e educação, os resultados ainda são insuficientes. “Em Minas, 20% dos municípios não fazem o mínimo na assistência social e os centros de referência de assistência social (Cras) não estão apropriadamente equipados para atender a população”, alertou Laura.

O governo federal considera como extremamente pobres famílias que vivem com menos de R$ 70 per capita por mês. Na avaliação da doutora em sociologia pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais da França, Cristina Almeida Cunha Filgueiras, o Brasil “precisa de um sistema de proteção social mais robusto para que as pessoas tenham condições de se inserir no mercado de trabalho, sob pena de vermos destruído pelo econômico o que a duras penas construírmos no social”, disse.

O seminário é organizado pelo Poder Legislativo de Minas Gerais. Antes da etapa iniciada ontem foram realizados encontros regionais em Ribeirão das Neves, Araçuaí, Governador Valadares, Patos de Minas, Paracatu, Montes Claros, Sete Lagoas, Divinópolis, Pouso Alegre, Muriaé e Teófilo Otoni. Ao todo, 744 pessoas de todo o estado se inscreveram para participar dos encontros.

O deputado estadual André Quintão (PT), coordenador do seminário, defende a implantação de um conjunto de políticas públicas “com foco no desenvolvimento regional que possibilite a inclusão social de milhares de mineiros que não têm acesso garantido à educação de qualidade, assistência social básica e qualificação profissional”.

Ao abrir o seminário, o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PSDB), pediu aos participantes que assumissem a responsabilidade para que mais de 900 mil moradores de Minas rompam com os laços de pobreza. Conforme o tucano, o seminário é “uma das contribuições mais importantes do parlamento para com o estado de Minas Gerais.”

Segundo o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, convidado a fazer a primeira palestra na abertura do seminário, a desigualdade social teve início no Brasil logo depois do descobrimento do país, com a divisão do território em 15 capitanias que tiveram a administração entregue a amigos da coroa portuguesa. Conforme o ex-ministro, “essa relação promíscua entre o público e o privado se mantém até hoje”.

Agenda

O seminário continua, nesta terça, com a distribuição dos participantes do encontro em grupos para discutir ações que possam vir a ser implementadas nas áreas de promoção e proteção social; educação e cultura; saúde e qualidade de vida; produção e trabalho; infraestrutura; rede de serviços e circulação; e ciência, tecnologia e inovação. Amanhã, no último dia do seminário, será realizada a plenária final para elaboração de documento com as propostas formuladas no encontro.


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