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Estado de Minas

Sarney inspira Lobão Filho a agravar pena de corrupção


postado em 24/10/2011 07:45 / atualizado em 24/10/2011 10:16

O presidente do Senado foi alvo de 11 representações por quebra de decoro no Conselho de Ética, que acabaram arquivadas(foto: J. Freitas 01/02/2011 )
O presidente do Senado foi alvo de 11 representações por quebra de decoro no Conselho de Ética, que acabaram arquivadas (foto: J. Freitas 01/02/2011 )
Inspirado em discurso do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - que se declarou preocupado com a impunidade, “uma chaga da nossa sociedade”, principalmente nos crimes de homicídio - o senador Lobão Filho (PMDB-MA) promete apresentar nesta semana projeto de lei para transformar a corrupção em crime hediondo.

“O crime de desvio de recurso público na área da saúde, da educação, tem um poder de homicídio em massa. Como uma contribuição à ideia de vossa excelência, pretendo dar entrada nesse projeto”, justificou Lobão, que é filho e suplente de um dos mais antigos e leais aliados de Sarney, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA).

Os crimes hediondos, como homicídio qualificado e tráfico de drogas, não admitem fiança e têm penas mais graves, que devem ser cumpridas em penitenciárias de segurança máxima. Sarney agradeceu a iniciativa de Lobão Filho e se declarou “profundamente gratificado” por ter conseguido sensibilizar o Senado para o problema da impunidade.

Com mais de 50 anos de vida pública, ex-presidente da República e quatro vezes presidente do Senado, José Sarney transformou-se em um dos políticos que mais enfrentaram denúncias nos últimos anos, sem que nenhuma delas o afastasse do poder. Há um mês, Sarney foi alvo de vaias de 100 mil pessoas no Rock in Rio 2011 - puxadas pelo vocalista da banda Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, que lhe dedicou a música “Que país é este?”

Em 2009, no comando do Senado pela terceira vez, Sarney foi alvo de 11 representações por quebra de decoro no Conselho de Ética, que acabaram arquivadas, sem abertura das investigações. As acusações baseavam-se na série de reportagens do Jornal O Estado de S. Paulo que revelou a existência de atos secretos, utilizados na Casa durante 15 anos, para contratar aliados políticos, permitir gratificações retroativas a funcionários, além de denúncias de fraudes na fundação que leva seu nome no Maranhão.

Um dos beneficiados com os atos secretos foi um neto do presidente do Senado, João Fernando Michels Gonçalves Sarney, que trabalhou por um ano e 9 meses no gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), outro aliado fiel. Sarney também enfrentou denúncias contra seu filho, o empresário Fernando Sarney. O empresário foi um dos alvos da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que o havia indiciado por lavagem de dinheiro, fraude e formação de quadrilha.


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