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Estado de Minas

Marina Silva vai anunciar saída do PV na próxima terça-feira


postado em 24/06/2011 06:46 / atualizado em 24/06/2011 07:16

Do alto de seus quase 20 milhões de votos nas eleições presidenciais, a ex-senadora pretende criar novo partido depois do pleito de 2012(foto: REUTERS/Nacho Doce )
Do alto de seus quase 20 milhões de votos nas eleições presidenciais, a ex-senadora pretende criar novo partido depois do pleito de 2012 (foto: REUTERS/Nacho Doce )
A ex-senadora Marina Silva e o grupo que a acompanha desde a saída do PT, em 2009, estão decididos a deixar o Partido Verde (PV), depois da fracassada tentativa de ampliar seu espaço político dentro da legenda. Já existe até mesmo uma ideia de data para a desfiliação do PV e o lançamento de um movimento culminando com a criação de um novo partido, após as eleições municipais de 2012. Uma reunião e uma entrevista coletiva à imprensa estão previstas para a próxima terça-feira, em São Paulo, onde Marina Silva passou o feriado de Corpus Christi imersa em conversas políticas. A tendência é de que ela e seu grupo anunciem a desfiliação nessa data, ou pelo menos digam quando farão isso. “Não há mais clima para nós”, diz Capobianco.

A ex-candidata à Presidência da República ficou em terceiro lugar na eleição presidencial do ano passado, com 19,6 milhões de votos. O resultado foi determinante para levar a disputa entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) para o segundo turno. Agora, Marina faz as últimas consultas às lideranças verdes aliadas a ela, como o ex-deputado e ex-candidato ao governo do Rio Fernando Gabeira, antes de sacramentar a saída do PV.

Depois da eleição, Marina empenhou-se em renovar o PV, o que, pelos seus planos, passava pela destituição do deputado José Luiz Penna (SP) da presidência da sigla. Não conseguiu. Penna ignorou o acordo feito no momento da filiação da ex-petista, que previa a revisão programática do partido. A recondução de Penna à presidência do PV, neste ano, levou Marina e seu grupo a criar o movimento Transição Democrática.

O movimento de Marina não conseguiu o efeito esperado, em razão da falta de interesse da militância, que raramente compareceu aos eventos organizados pela ex-senadora. Menos de três meses depois de lançado o Transição Democrática, e com menos de dois anos de filiação ao PV, ela já não vê qualquer espaço dentro do partido, o que é corroborado por seus aliados. "Sabíamos que mudanças no ano eleitoral seriam difíceis, por isso esperamos que algo acontecesse neste ano. Mas nada mudou e a relação tornou-se insustentável", diz o integrante da executiva do partido no Distrito Federal Pedro Ivo Batista.

As chances do lançamento de um novo movimento, desta vez pavimentando a criação de um partido, tem oscilado nos últimos dias. Depois de ser considerado algo inexorável na quarta-feira, quando ela se reuniu com seu grupo em Brasília, as lideranças preferiram na quinta-feira ser mais cautelosas, evitando revelar detalhes sobre os planos para o evento previsto para a próxima terça-feira.

Persistem focos de resistência dentro do próprio grupo de apoio a Marina. Um deles é o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), que publicamente afirma acreditar numa solução no âmbito do partido. “Não estamos pedindo a lua. Seria desastrosa para a direção do PV essa saída do grupo de Marina”, afirma o deputado. Há cinco dias, Sirkis publicou em seu blog as condições para a permanência no PV: alterações estatutárias, por meio da convocação imediata de uma convenção nacional, e incorporação ao programa do PV das ideias defendidas por Marina na última campanha eleitoral.

Resistência

José Luiz Penna continua sem dar qualquer indicação de que vai acatar as condições do grupo de Marina. Essa resistência, na opinião de integrantes do grupo de Marina, faz com que a dissidência ganhe força e "capilaridade de um partido político", nas palavras de um dirigente que prefere não se identificar. A nova legenda não seria criada, porém, a tempo da disputa nas eleições de 2012.

A criação de um novo partido exige 500 mil assinaturas, em nove estados. Com grande número de jovens, usuários de redes sociais, e a pauta ambiental, os aliados de Marina Silva acreditam que não teriam dificuldades para recolher as assinaturas. A dúvida, porém, é se conseguiriam um resultado expressivo nas eleições municipais. Um eventual fracasso poderia ofuscar o sucesso da então candidata na eleição presidencial do ano passado. Assim, a tendência do grupo de Marina é deixar a criação de um novo partido para 2013.


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