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Estado de Minas

Partidos nanicos tiram o sono de antigas lideranças em currais eleitorais


postado em 23/05/2011 06:16 / atualizado em 23/05/2011 07:07

A presença dos pequenos partidos explodiu ao longo dos últimos 16 anos nos municípios brasileiros, quebrando o monopólio das lideranças tradicionais. Pelo interior, os velhos currais estão ameaçados. Alguns ideológicos, como o PCdoB, ampliaram a presença nas duas últimas eleições municipais de 1.354 para 1.873 cidades. Com plataformas difusas, outras legendas – como o PSC, o PTC, o PTN, o PHS, o PTdoB, o PSL, o PMN e o PRTB – se instalaram principalmente nas pequenas cidades, atraindo novos líderes. São chapas proporcionais construídas para estimular aspirantes com votação mediana, que em grandes legendas nunca alcançariam a representação. A competição eleitoral aumenta e, com ela, muda a forma de fazer campanha. No ano que vem, os denominados nanicos trarão mais instabilidade aos velhos líderes.

Levantamento feito em todo o território brasileiro pelo pesquisador e cientista político Vítor Peixoto, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, aponta para alta vertiginosa da presença dos nanicos nos últimos quatro pleitos municipais. “A experiência bem-sucedida dessas legendas nas grandes cidades, conquistando, por meio de chapas bem estruturadas, mais cadeiras nas câmaras municipais e legislativos estaduais do que a sua real inserção social, fez com que elas passassem a se organizar também no interior”, avalia Peixoto.

Segundo dados da pesquisa de Peixoto, nos municípios de até 50 mil habitantes, o crescimento da participação das legendas pequenas nas eleições legislativas foi muito maior do que nas grandes cidades. Entre 1996 e 2008, o número de chapas proporcionais apresentadas para as câmaras municipais nas cidades com 5 mil até 20 mil habitantes cresceu entre 41,5% e 45%. Enquanto em 1996 foram, em média, entre três e cinco partidos em competição nesses municípios, 14 anos depois a média foi entre cinco e sete partidos disputando cadeiras das câmaras.

Nos municípios de mais de 20 mil até 50 mil habitantes, verificou-se também um aumento de chapas proporcionais na disputa de 32,6%. Em 2004, concorriam a uma vaga de vereador, em média, seis partidos. No último pleito a média subiu para oito. Nos municípios acima de 50 mil habitantes também foi verificado o acirramento da disputa para as câmaras municipais, mas o crescimento do número de partidos foi bem menor, variando de 1,8% a 17,4%. Nesses municípios concorriam, em 1994, em média, entre oito e 10 partidos. Em 1998, entre nove e 11 partidos.

Mais chances

Pelas cidades do país, as novas siglas se apresentam como alternativa atraente aos profissionais liberais, que têm expressão política local e boa votação, embora insuficiente para alcançar uma cadeira nos grandes partidos, apropriados por grupos políticos tradicionais. “Agora há novos atores, que ampliam a competição e ameaçam o poder estabelecido. São aspectos positivos da competição eleitoral”, sustenta Vítor Peixoto, referindo-se ao fato de que, com o acirramento da disputa eleitoral, o velho clientelismo tem os dias contados.

Entre as duas últimas eleições municipais, de 2004 e 2008, 12 partidos políticos ampliaram entre 5% e 38% a sua presença nos municípios brasileiros. Verdes e socialistas à parte, que representam legendas de porte médio crescendo no período entre 30% e 35% em número de chapas proporcionais, os outros 10 foram pequenas siglas. O PCdoB foi aquele que proporcionalmente mais cresceu em número de chapas lançadas, ampliando em 38% a sua presença nas cidades. Enquanto o PSC elevou a sua participação nas eleições de 1.654 cidades em 2004 para 2.237 em 2008 – 35% –, o PTC registrou expansão de 23% de chapas proporcionais no período. No PTN o crescimento foi de 18%. O PHS e o PTdoB ampliaram em 16% a participação nas eleições proporcionais. O PSL registrou um aumento de 11%. Já a presença do PMN e o PRTB nos municípios cresceu 5% no período.


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