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Estado de Minas MENSALÃO DO DEM

Delação premiada não interessa a Deborah Guerner nem ao Ministério Público


postado em 03/05/2011 08:34 / atualizado em 03/05/2011 08:42

"Deborah (Guerner) não tem mais nada para falar além do que já está escrito no papel", diz advogado
O episódio da prisão de Deborah Guerner e de seu marido, Jorge Guerner, aumentou as expectativas, no meio político, de que a promotora de Justiça acusada de corrupção abriria o jogo sobre o que, supostamente, sabe além do já descoberto na Caixa de Pandora. Durante instrução do processo administrativo a que responde no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Deborah foi sondada sobre a hipótese de contar detalhes dos esquemas envolvendo políticos e empresários do DF. Em troca, colegas tentariam negociar com os investigadores que conduzem o caso em instância criminal a redução da pena prevista para os crimes imputados a Deborah.

A própria Procuradoria Regional da República, à frente das apurações, cogitou oferecer o expediente da delação para Deborah. Mas a oferta não chegou a ocorrer. E mesmo que fosse feita, a defesa de Deborah afirma que ela não está interessada em falar.

Assim como Durval Barbosa, que se valeu da delação premiada para denunciar políticos, empresários e até integrantes do Ministério Público, Deborah também é considerada uma peça importante no quebra-cabeça para entender como funcionava o esquema de corrupção instalado no DF.

Foram informações vinculadas à promotora que envolveram o nome do ex-procurador-geral de Justiça do DF Leonardo Bandarra no escândalo político que expõe a capital da República desde novembro de 2009. Informações obtidas a partir de buscas e apreensões na residência do casal Guerner ajudaram, por exemplo, o Ministério Público a conhecer a estreita e suspeita relação entre Deborah e Bandarra.

Uma delação premiada, no entanto, poderia não só preencher lacunas abertas e ainda em apuração pelo Ministério Público, como também incluir novos personagens nos crimes sob investigação. A prisão do casal, que ficou detido por oito dias em sala da Superintendência da Polícia Federal, poderia funcionar como um elemento a mais para criar o ambiente da delação, já que colocou os acusados em situação vulnerável.

Fato é que a esta altura da instrução dos processos que investigam formação de quadrilha, corrupção, extorsão, fraude processual e até falsidade ideológica, nem ela está disposta a falar, nem o Ministério Público considera apropriada a delação. “Se ela tiver interesse em falar sobre fatos novos de crimes que ainda não estão sendo investigados, então estamos dispostos a conversar. Do contrário, não aceitamos, por não se tratar de interesse público”, disse o procurador regional da República Ronaldo Albo, que, ao lado de Alexandre Espinosa, conduz as investigações sobre Deborah Guerner.

Advogado de Deborah Guerner, Pedro Paulo Guerra de Medeiros informou que ele e sua própria cliente foram abordados durante a fase de instrução do processo administrativo a que Deborah responde no CNMP para a tentativa de se estabelecer um acordo nos moldes da delação premiada. “Fomos sondados algumas vezes sobre a hipótese da delação. Mas Deborah não tem mais nada para falar além do que já está escrito no papel”, disse o advogado, descartando possibilidade de acordo com o Ministério Público.

Proposta

Cezar Bitencourt, o advogado de Leonardo Bandarra — corréu de Deborah nas ações penais ajuizadas pelo Ministério Público —, acusa a procuradora-geral do Ministério Público, Eunice Carvalhido, de ter oferecido delação premiada a Deborah Guerner. Ele relata que Eunice teria feito a proposta a Deborah durante visita à colega na prisão.

Eunice esteve com Deborah duas vezes. No dia da detenção, uma quarta-feira, e na segunda-feira seguinte. “Tive informações confiáveis de que a Dra. Eunice pressionou Deborah a fazer a delação premiada. É um absurdo, porque ela não tem competência para isso”, avaliou Bitencourt.

A procuradora-geral de Justiça do DF, Eunice Carvalhido, negou veementemente que tivesse tratado de delação premiada durante as visitas oficiais à promotora Deborah Guerner.

Carvalhido explicou que esteve na Superintendência da PF na qualidade de procuradora-geral e para garantir o cumprimento dos protocolos estabelecidos na Lei Complementar nº 75/1993 (Estatuto do Ministério Público da União), como a prisão em local adequado.

A procuradora-geral conta que na sala onde Deborah foi acomodada não havia banheiro. “Jamais tratei sobre delação, até porque é um assunto que não me compete. O caso é investigado pelo Ministério Público Federal e jamais eu agiria no sentido de atropelar qualquer trabalho dos colegas, os quais eu respeito muito”, afirmou Carvalhido.


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