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Estado de Minas

Parlamentares contestam novas denúncias de Arruda


postado em 18/03/2011 11:48

Novas denúncias do ex-governador do Distrito Federal (DF) José Roberto Arruda - que afirmou, em entrevista, que ajudava vários parlamentares de seu antigo partido, o DEM, e de outras legendas a captar recursos supostamente ilegais junto a empresários - causaram a imediata reação de deputados e senadores. O ex-governador deu as declarações à revista Veja que publicou a entrevista em seu site nessa quinta-feira.

Arruda responde a processo na Justiça por ser acusado de ser um dos mentores de um suposto esquema de corrupção na capital brasileira que ficou conhecido como mensalão do DEM. Em nota à imprensa, o presidente nacional do DEM,

senador José Agripino Maia (RN), afirma que as denúncias “são totalmente infundadas”. Segundo ele, essa entrevista foi concedida em setembro de 2010.

“Trata-se, provavelmente, de declarações de alguém profundamente magoado com parlamentares que exigiram sua saída imediata do partido por não tolerarem seu envolvimento com improbidades, algo inadmissível no Democratas”, diz Agripino Maia. Na entrevista, Arruda afirma que, em 2008, Agripino Maia esteve em sua casa para pedir R$ 150 mil para a campanha da então candidata à prefeitura de Natal Micarla de Sousa (PV).

O líder do partido no Senado, Demóstenes Torres (GO), que na época das denúncias exigiu publicamente a expulsão do ex-governador da legenda, afirmou que já contratou advogado para processar José Roberto Arruda. Demóstenes afirmou que só participou de reuniões partidárias com o ex-governador e nunca teve qualquer encontro pessoal com ele.

Arruda, na entrevista, disse que Demóstenes esteve na sede do governo do DF para pedir que ele contratasse uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O pedetista Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou, por meio de sua assessoria, que já solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que investigue as denúncias feitas por Arruda contra ele. Cristovam acrescentou que se trata de “denúncia velha”.

O líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), qualificou as declarações como “mentiras de alguém que, comprovadamente, foi flagrado em ato de corrupção”. Arruda disse que o ajudou financeiramente na campanha para a prefeitura de Salvador, em 2008. ACM Neto acrescentou, em nota à imprensa, que suas contas de campanha foram aprovadas em todas as instâncias da Justiça Eleitoral.

Quem mais subiu o tom na resposta às declarações do ex-governador foi o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). Segundo Caiado, “é de se esperar uma atitude de um gângster e escroque como Arruda de tentar enlamear as pessoas que exigiram sua expulsão do DEM”. Ele confirmou que esteve presente em um encontro com o então governador do DF e 15 empresários para tratar do aumento de tarifas de ônibus na região do Entorno do DF.

Na entrevista, José Roberto Arruda afirma que o deputado goiano levou à ele um empresário do setor de transportes que queria conseguir linhas de ônibus em Brasília. “Ninguém, nesta reunião, pleiteou linha alguma, isso é uma mentira. Trata-se de uma canalhice”, afirmou Caiado. O deputado também pretende abrir processo judicial contra Arruda.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que as acusações feitas por Arruda na entrevista "são graves" por envolverem lideranças nacionais e regionais. Ele ressaltou que as investigações da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, estão em curso pelo Ministério Público e que essas novas afirmações de Arruda devem ser incorporadas ao processo.

Na entrevista, José Roberto Arruda afirma ainda que, além de ajudar financeiramente políticos do DEM, PSDB e do PDT, também colaborou com o PT de Goiás. Costa afirmou que "todos os partidos que estejam nesse processo [citados nas novas denúncias de Arruda] devem ser investigados".


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