Diários de Lúcio Cardoso
Chega às livrarias no próximo dia 26 edição especial em dois volumes de “Todos os diários”, do escritor mineiro Lúcio Cardoso (1912-1968). A Companhia das Letras apresenta edição ampliada e revisada da lançada em 2022 pela Civilização Brasileira. O autor da obra-prima “Crônica da casa assassinada” faz muitas reflexões sobre arte, cinema, política, literatura e ainda investigações bíblicas, mescladas ao seu cotidiano no Rio de Janeiro entre 1942 e 1962 .
Trecho:
“Sobre os Karamázov! Dostoiévski não devia crer em Deus. Também eu penso que não creio mais (…) Perder a fé no sentido mais avançado da expressão é coisa que me parece impossível. O nosso ser está intimamente ligado à crença em alguma coisa. Quando não existe fé no absoluto, ou em qualquer coisa que seja, não se tem sensação de ser, de existir. Creio, logo sou.”
“A mulher do Norte”
A poeta de BH Norma de Souza Lopes lança, pela editora Mascote, seu terceiro livro, “A mulher do Norte”. O lançamento, com sarau e microfone aberto ao público, será hoje, às 19h, na Casa Socialista, na Rua Amianto, 30, Bairro Santa Tereza, na capital mineira.
Poema
a assustadora palidez das paredes
a boca aberta do cárcere
a sombra faminta
do tilintar das chaves
forte e estável
é a nova nossa falta
de coragem
Uma italiana em Araxá
A italiana Lisa Ginzburg foi confirmada como uma das convidadas da 11ª edição do Fliaraxá, na cidade mineira. Filósofa e tradutora, autora de diversos romances, ela lançará o livro “Cara paz”, finalista em 2021 do prêmio Strega e que chega ao Brasil pela editora Nós. O festival ocorre de 5 a 9 de julho, no estádio Fausto Alvim, em Araxá, e Ginzburg falará com o público no sábado, dia 8, às 21h.
Tipografia & poesia
Ronald Polito e Mário Alex Rosa lançam neste sábado “Tipografia alfabeta”, edição artesanal com mostra do processo tipográfico, de 12h às 15h na Papelaria Mercado Novo (Avenida Olegário Maciel, 742, loja 2176). em BH. “Um belo livro, impresso em lâminas soltas, envelopadas numa caixa, com projeto de Flavio Vignoli, acabamento pela Tipografia Matias e impressão pela Tipografia do Zé. Lendo e manuseando o livro, é impossível não sermos remetidos para uma tradição barroco/vanguardista, que têm o alfabeto como matéria visual e discursiva”, aponta o professor Rogério Barbosa, em resenha de apresentação de “Tipografia”. “É necessário se destacar a sintonia criativa que uniu, neste volume (enfim, um livro-caixa), dois poetas com propensão visual e um designer artista da tipografia. Daí resulta uma composição e um objeto que são um convite à imaginação”, afirma Rogério, professor do Cefet-MG e também poeta.
A morte segundo McCarthy
“A maioria das pessoas nunca vê ninguém morrer. Antigamente, se você crescia em uma família, via todos morrerem em cama, em casa, com o restante da família reunida ao redor. A morte é a grande questão do mundo. Para você, para mim, para todos nós. Apenas isso. Não poder falar sobre isso é muito estranho.”
Cormac McCarthy (1933-2023), autor de “Meridiano de sangue” e “A estrada”
