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Renato Azeredo, centenário de um estadista

Deixa para a política brasileira, e para todos nós, um legado de paz, de honradez e de honestidade


postado em 22/10/2019 04:00

Amilcar Vianna Martins Filho

Roberto Borges Martins
 
 
 
No dia 9 de outubro celebramos o centenário de nascimento de Renato Azeredo, um dos mais respeitados e queridos políticos brasileiros do século 20. Renato Azeredo nasceu em Sete Lagoas, formou-se em direito pela UFMG e foi casado com Ruth Brandão de Azeredo, com quem teve seis filhos. Iniciou sua trajetória na vida pública, ainda muito jovem, como prefeito de Santo Antônio do Monte, e foi eleito, sucessivamente, deputado estadual por dois mandatos, e por seis mandatos para a Câmara Federal, na qual atuou até sua morte, em 1983. Além dos mandatos eletivos, foi também subchefe da Casa Civil da Presidência da República no governo de Juscelino Kubtischek, e ainda Secretário de Estado de Governo e Coordenação Política de Tancredo Neves. Foi lider do PSD na Assembleia Legislativa e um dos fundadores do MDB. Com sua capacidade de diálogo, foi um dos políticos que pavimentou o caminho para o retorno da democracia no Brasil.
 
Defendeu, intransigentemente, os interesses de Minas Gerais e as causas sociais. Seus projetos de lei mostram sua preocupação com a segurança dos aposentados, com as questões habitacionais e da agricultura, e a regulamentação da atividade de mineração. No Parlamento, defendeu, também, o municipalismo, a descentralização administrativa e a inclusão dos municípios da região Centro-Norte de Minas nos benefícios da Sudene.
 
Os traços mais marcantes de sua personalidade e atuação política foram seu temperamento ameno e o bom trato. Era conhecido como grande articulador e construtor de consensos, sem jamais abrir mão dos princípios éticos e democráticos. Sempre leal aos seus companheiros, especialmente nos momentos difíceis, proferiu enérgico discurso, em junho de 1964, contra a cassação de JK, censurando a arbitrariedade do governo da ditadura.
 
Nesse mesmo dia, leu perante o plenário da Câmara, em nome do ex-presidente Juscelino, de quem era amigo fraterno, uma proclamação à nação, escrita logo após ter recebido a notícia de sua cassação.
 
Inequívoca demonstração de seu desprendimento, espírito público e generosidade, é o fato de que, sendo o candidato natural, por diversas vezes abriu mão do desejo, longamente acalentado, de disputar eleições para a prefeitura de Belo Horizonte e o governo de Minas. Sonhos esses que, por capricho do destino, foram realizados muitos anos depois por seu filho Eduardo Azeredo.
 
Nesses tempos sombrios, deixa para a política brasileira, e para todos nós, um legado de paz, de honradez e de honestidade. Tendo exercido oito mandatos legislativos, Renato Azeredo morreu pobre, como os políticos mineiros da velha guarda. 
 

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