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Estado de Minas artigo

Um novo e inusitado capítulo no conflito palestino-israelense

A forma escolhida de luta abre perigoso precedente, podendo ser referência para ações futuras, e em nada contribui para o avanço de um processo de paz


10/10/2023 04:00 - atualizado 09/10/2023 21:46
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Silvio Musman 
Médico e cônsul honorário de Israel em Minas Gerais 
 

O mesmo Brasil que hoje ocupa a presidência do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) presidiu a Assembleia Geral da ONU que em 1947 votou e aprovou a partilha da região conhecida como Palestina, determinado a criação de dois novos Estados, uma Palestina Árabe e uma Palestina Judaica, colocando fim ao protetorado britânico.
 
 
A população judaica que já habitava a região há séculos e que ainda sofria com muita intensidade os efeitos do Holocausto da Segunda Guerra Mundial imediatamente organizou a criação de seu Estado nacional e em 1948 declarava a independência do Estado de Israel, lar nacional do povo judeu.

A população árabe, por sua vez, conduzida por suas lideranças da época, rejeitou a ideia da existência de dois Estados vizinhos, reinvidicando para si toda a região. Uma mobilização das nações árabes da região culminou com uma invasão militar generalizada ao recém-criado Estado de Israel, que conseguiu se defender e preservar sua identidade.

Nascia aí o longo e persistente conflito entre Israel e a Palestina Árabe, que se arrasta até os dias atuais. 

Como consequência dessa guerra de 1948, a Liga das Nações Árabes adotou como lema e dogma os chamados 03 NÃOS: NÃO ao reconhecimento do direito de existência de Israel como lar do povo judeu; NÃO a qualquer tipo de negociação e o pior de todos, NÃO à paz com Israel.

A inexistência de um Estado Árabe Palestino não pode ser atribuída exclusivamente a Israel em funções de fatos e políticas ocorridas desde então, mas uma grande parcela de culpa deve-se às lideranças palestinas e ao mundo árabe, que nega o direito de existência de Israel e não abdica da luta armada.

A situação se agravou após o grupo Hamas assumir o papel de liderança do povo palestino na Faixa de Gaza, devendo-se lembrar, eleito pela população.

O grande entrave é que o Hamas adota posturas extremistas e radicais em relação ao processo de convívio com Israel, tendo inclusive como um artigo no seu documento de criação a destruição do Estado de Israel.

Ao longo desses anos, houve inúmeros conflitos entre as duas partes com batalhas entre suas forças militares com repercussões sobre a população civil de ambos os lados.

Contudo, o que se vê no momento é algo que extrapola em muito todos os conflitos anteriores, uma vez que as forças do grupo Hamas invadiram por terra, céu e mar o território israelense, praticando atos de selvageria, assassinatos deliberados, invasão de residências, sequestros e atos com requinte de crueldade contra a população civil, não poupando crianças, mulheres, idosos e pessoas doentes.

O mundo civilizado, nações e lideranças não podem de forma alguma aceitar, concordar e justificar tais ações em nome de uma legítima luta por independência.

Qualquer ser humano decente, mesmo que 100% favorável à causa palestina, deve repudiar com veemência a opção escolhida pelo grupo Hamas que com essas atitudes reforça e justifica sua classificação como grupo terrorista.

Como disse Hannah Arendt: “aqueles que escolhem o mal menor esquecem rapidamente de que escolheram o mal”.

O momento atual é extremamente crítico e Israel concentra suas energias no resgate de seus cidadãos ainda sequestrados pelos grupos palestinos.

A forma escolhida de luta abre um perigoso precedente, podendo ser referência para ações futuras, e em absolutamente nada contribui para o avanço de um processo de paz, apenas aumentando o sofrimento das duas populações.

A grande maioria do povo israelense e da comunidade judaica ao redor do mundo se posiciona em prol da criação de um Estado Palestino independente com fronteiras seguras com Israel e para isso preconiza SIM ao reconhecimento de Israel como lar do povo judeu, SIM a negociações e NÂO à guerra como forma de luta.


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