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Estado de Minas

Operação Furnas: a Marinha presente no "Mar de Minas"

O chamado "Mar de Minas" banha 34 municípios, possui massa d'água quatro vezes maior que a Baía de Guanabara


14/05/2023 04:00 - atualizado 13/05/2023 19:20


Wladmilson Borges de Aguiar
Almirante de Esquadra, comandante de Operações Navais da Marinha do Brasil

Nesta semana, a Marinha do Brasil (MB) realiza a Operação Furnas 2023. O maior exercício militar já ocorrido em Minas Gerais contará com mais de 1.300 fuzileiros navais, aviões de caça e helicópteros, além de veículos blindados e anfíbios, aeronaves remotamente pilotadas (ARP) e embarcações de transporte de tropa.

A região é estratégica para o país. Lá se encontra o Lago de Furnas, uma das maiores represas fluviais do mundo. O chamado “Mar de Minas” banha 34 municípios, possui massa d’água quatro vezes maior que a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e perímetro correspondente a quase metade do litoral brasileiro.

A Marinha, que além de ser responsável pela proteção dos nossos mares (a nossa Amazônia Azul), zela pela proteção dos nossos rios, lagos e águas interiores, com o contínuo aumento da sua presença em Minas Gerais, em especial, na região de Furnas. Há alguns anos, uma importante parceria com a Eletrobras Furnas permitiu à MB estabelecer a Delegacia Fluvial de Furnas (DelFurnas), o que amplia a segurança aquaviária da região, bem como a preservação ambiental do principal ponto turístico do Sul de Minas. A DelFurnas, subordinada à Capitania Fluvial de Minas Gerais (CFMG), localizada em Belo Horizonte, como autoridade fluvial, atua na salvaguarda da vida humana, na segurança da navegação e na prevenção da poluição hídrica.

No ano passado, a expansão da parceria permitiu à Marinha estabelecer e ativar uma Base Aérea Expedicionária (BAE) no antigo aeroporto de Furnas, que estava desativado desde 2011. A BAE, que conta com uma pista de 1.700m de comprimento por 30m de largura, um hangar e uma torre, promoveu a ampliação da presença da Força Naval na região, que passou a dispor de um destacamento de fuzileiros navais. Além disso, sua utilização permite importante incremento no apoio às operações ribeirinhas e ao Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA).

Assim, a Marinha atua rotineiramente em parceria com agências federais, estaduais e municipais, a fim de garantir a segurança na região, o que aumenta a capacidade de resposta em casos de emergência.

A Operação Furnas 2023 proporciona as condições ideais para a condução de treinamentos ribeirinhos, terrestres e aéreos, de forma isolada ou em conjunto. Ademais, contará com treinamentos em todo o espectro das operações militares, desde ações de guerra naval, como as operações ribeirinhas, além de atividades com emprego limitado da força, como as operações de paz e de contraterrorismo, até as atividades benignas, como as operações humanitárias e de apoio à Defesa Civil.

O exercício de operações de paz terá ainda a participação da Força de Reação Rápida (“Quick Reaction Force” – QRF), da MB, primeira tropa do Brasil a atingir o nível máximo de capacitação operacional da ONU, sendo atualmente a única disponível no mundo, o que a torna apta a ser empregada, a qualquer momento, em missões de paz.

Serão realizadas atividades como assalto ribeirinho, ação de patrulha naval, transposição de curso d’água, operações aéreas diurnas e noturnas, helo casting (salto de militares e embarcação na água, a partir de uma aeronave) e controle de distúrbios, dentre outras.

Destacam-se, ainda, a condução de treinamentos interagências e de contraterrorismo do Grupo Especial de Retomada e Resgate (GERR), na Usina de Furnas, além das operações de apoio à Defesa Civil, com simulação de cerco, negociação, resgate, descontaminação e evacuação para hospital, com ampla participação da comunidade local, além de Ações Cívico-Sociais (ACiSos) com palestras, atendimentos médicos, apresentação de banda e cães de guerra e exposição de materiais da MB.

Em suma, a Operação Furnas 2023, além de reforçar a presença da Marinha no “Mar de Minas”, contribui diretamente para a manutenção dos fuzileiros navais como força estratégica, em permanente condição de pronto emprego, com plena capacidade anfíbia e expedicionária, aptos a atuar imediatamente em qualquer lugar do país ou no exterior, conforme determina a Estratégia Nacional de Defesa.
 
 


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