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O futuro da contabilidade e a tecnologia no setor


17/10/2022 04:00

ilustração do artigo

Cristiane Andrade
Diretora de relacionamento com contadores da Omie

Hoje, a tecnologia está muito presente no nosso cotidiano, ao longo do dia ou da noite. Um exemplo simples são os relógios digitais, que monitoram respiração, batimentos cardíacos, as horas e qualidade do sono, quantas vezes acordamos e, até mesmo, a saúde. Se em nossa rotina algo tão básico e humano quanto a nossa necessidade de dormir é monitorado, é difícil imaginar o que podemos esperar da tecnologia no futuro. Diante disso, costumo citar uma frase de Benjamin Franklin: “Nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos”.

E não é possível falar de impostos sem falar sobre o mercado contábil. Mas temos aí duas questões: qual é o real papel da contabilidade? E onde a tecnologia se enquadra nesse contexto?.

Sobre a tecnologia podemos lembrar que, no Brasil, o projeto SPED, da Receita Federal, implementado em 2005, iniciou um caminho sem volta para o segmento de contabilidade, pois, juntamente com a evolução tecnológica mundial, começou a provocar os mais céticos quanto ao processo de digitalização do setor. Alguns profissionais achavam que o projeto não funcionaria e outros acreditavam que estavam muito distantes dessa realidade… só que não. Após as empresas-piloto terem testado a NF-e, em 2010, todos já perceberam que era uma realidade, e que o cenário realmente estava mudando de figura.

Sobre o real papel da contabilidade, precisamos olhar para o mercado. Levantamento do Sebrae, em conjunto com a Receita Federal, mostra que, em 2021, o Brasil registrou que 80% das novas empresas abertas no país foram na modalidade de microempreendedores individuais (MEIs). Os dados ainda revelam que esse formato se consolidou no Brasil e mostra forte impacto na economia, representando 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. E neste cenário, o papel do contador é fundamental na gestão financeira das empresas. O profissional vai muito além de manter a empresa em dia com suas obrigações tributárias e trabalhistas, mas visa contribuir com estratégias para o crescimento e driblar problemas, favorecendo não somente as empresas, mas toda a economia do país.

Muitos escritórios de contabilidade, e, principalmente, empresas de software contábil sofreram para se adaptar, aliás, ainda sofrem com constantes mudanças em leiautes, XML, E-social, entre outros. Mas o fato é que a tecnologia modificou totalmente o mercado contábil. Já não é possível atuar neste segmento sem um ERP poderoso, pois diante de tantas obrigações acessórias digitais e cruzamentos de informações, quem não se adaptar a esta realidade está fadado ao fracasso. É preciso entender que a tecnologia é um meio – que abre portas para que os profissionais sejam mais estratégicos e consultivos –, e não o fim, uma vez que este contato mais próximo e personalizado com os clientes, além da gestão de todo o ecossistema, depende da persona contador, que a tecnologia não consegue exercer por si só.

As duas pontas se tornaram digitais: o governo e o cliente do contador. Uma vez que o profissional precisa aprender a se relacionar com tantas ferramentas tecnológicas, nasce a grande oportunidade de melhorar performance interna, reduzir custos de mão de obra, reduzir erros e melhorar eficiência. As automações e integrações chegaram para ficar, reduzindo muito o tempo de execução de diversas tarefas. E vale enfatizar: tempo é dinheiro, mas, acima de tudo, tempo é vida.

A tecnologia propõe eliminar processos manuais e repetitivos em troca de tempo para que o profissional possa alcançar o ápice da contabilidade – fornecer um atendimento consultivo e informações financeiras e econômicas para ajudar o empreendedor a tomar as decisões estratégicas para o crescimento dos negócios e para o desenvolvimento das pessoas. Além disso, uma nova geração Z de contadores chega ao mercado, mais conectados às atualizações do mercado e reforçando essa tendência da automatização dos processos.

Mas fica a questão. Os clientes sabem que os dados estão no sistema, no XML da nota eletrônica, na assinatura digital, no e-commerce e em tudo com o qual atuam. Então, se todos ganharem produtividade, por que preciso ter um contador? Não posso fazer tudo e mandar direto ao fisco?

Para responder a essas perguntas, costumo citar as expressões VUCA e BANI, termos em inglês que tentam explicar uma nova dinâmica da nossa sociedade – que se torna cada vez mais volátil, complexa, não linear e incompreensível. Neste contexto, o empreendedor tem seus desafios para se consolidar no mercado e vender seu produto. Agora, some isso aos impostos e cenários econômicos complexos. O especialista contábil é essencial e responsável por pensar de forma estratégica, utilizando dados financeiros e econômicos a favor do empreendedor, considerando o ambiente do seu negócio, projeções de receita e despesas, pessoas envolvidas, a curva de aprendizado deste empresário e de toda a sua equipe.

Por isso, vale ressaltar que a contabilidade não está morrendo. Pelo contrário, o setor se reinventou. A tecnologia vem como uma forte aliada para oferecer mais recursos para transformar a jornada do profissional e tornar sua atuação ainda mais necessária para as empresas e para o mercado.


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