Samir Iásbeck
CEO e fundador do Qranio
Já faz algum tempo que temos discutido sobre as vantagens do uso do 5G para toda a sociedade, mas apenas no último mês, quando ele chegou oficialmente ao país, pudemos ter um panorama mais completo do que de fato vai mudar com a sua ativação.
De acordo com informações do estudo realizado na Europa pela Accenture, empresa de consultoria global, a tecnologia deve resultar em um crescimento de mais de 2 trilhões de euros em vendas nos próximos três anos, além de adicionar 1 trilhão de euros ao PIB (Produto Interno Bruto), enquanto, nos EUA, esse valor deve alcançar incríveis US$ 2,7 trilhões, acrescentando US$ 1,5 tri- lhão ao PIB, podendo gerar 16 milhões de oportunidades de emprego em todos os segmentos.
Ainda não temos dados tão consolidados como es- ses em relação ao Brasil, visto que o 5G é novidade por aqui, mas, olhando para esses números, dá para ima- ginar o impacto positivo que ele deve ter na nossa economia também.
É fato que muitos setores poderão se beneficiar com a sua utilização, mas existem alguns que devem ser afetados mais intensamente, como é o caso do segmento de jogos. As melhorias que a tecnologia trará no quesito velocidade de downloads e baixa latência, que é o tempo que leva entre o acionamento de um comando, sua transmissão e execução final, serão vantajosas em todas as trocas, mas especialmente para aqueles que jogam on-line por meio dos smartphones, farão uma diferença ainda maior.
Quanto mais baixo esse valor, melhor ele é. Atualmente, com a rede 4G, a latência é de 80 microssegundos – no 5G, diminui para 1 a 5 microssegundos. Não é o tipo de mudança que conseguimos perceber facilmente, mas alterará significativamente o tempo de resposta dos comandos realizados.
Atualmente, o Brasil tem cerca de 2,1 dispositivos digitais por habitante, somando mais de 440 milhões em todo o país, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas. Em 2021, o brasileiro usou o smartphone por cerca de 5,4 horas diariamente. Isso nos dá uma pequena dimensão da importância que damos a esses aparelhos no nosso dia a dia. Outro levantamento divulgado pela Pesquisa Game Brasil (PGB) aponta que cerca de 74,5% da população brasileira joga games e, entre eles, 48,3% jogam pelo celular.
Também pudemos observar nos últimos anos um forte movimento das instituições de ensino e empresas com universidades corporativas de utilizar jogos e estratégias de gamificação para tornar o processo de aprendizado e a realização de atividades educacionais mais leves, divertidos, engajantes e interativos. Nesse sentido, a chegada do 5G também deve favorecer o setor da educação ao trazer mais agilidade e rapidez para a rotina dos estudantes – que também usam os celulares com frequência para estudar.
Outro ponto significativo é a melhora do acesso nas regiões mais carentes do país, como o meio rural: onde tínhamos até hoje apenas sinal de 3G e uma conexão lenta e inferior, teremos um grande avanço, permitindo que os usuários ampliem seu conhecimento com mais facilidade e sem precisar da internet fixa.
Pode parecer uma mudança pequena e sem importância, mas, para esses jogadores e alunos, transformará bastante suas experiências com os games e também suas funcionalidades, ajudando a popularizar ainda mais essa atividade e os apps de jogos. E isso também abrirá novas oportunidades para as empresas, que terão mais um incentivo para investir nos games como um caminho para qualificar seus colaboradores e atrair e conquistar os consumidores.