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A doença da mentira mata

Se a vacina contra a COVID criasse mesmo um campo magnético, os pesquisadores já saberiam


05/08/2022 04:00

Rodrigo Felipe
Empresário e presidente do Grupo First, responsável pela You Saúde 

As fake news vêm provocando grandes incertezas na política, instabilidade ainda maior na economia e conflitos pessoais na vida social. Aliás, alimentar conflitos e mentiras é a moeda de circulação para quem inventa e propaga fake news. Na área da saúde não tem sido diferente. As informações falsas também são amplamente veiculadas, muitas vezes como instrumentos para endossar os debates em outros setores.
 
O problema é que as “notícias” na esfera da saúde são capazes de provocar um pandemônio decorrente da desinformação e desestímulo a tratamentos adequados. Durante a pandemia de COVID-19, as campanhas antivacina basearam-se em informações esdrúxulas, e algumas seriam até cômicas se não fosse o potencial de estrago que podem causar. Por exemplo, como os boatos de que as vacinas da Pfizer teriam sistema de rastreamento utilizando grafeno em sua composição.
 
Outras estórias em forma de fake news deram conta de que as vacinas vão modificar o DNA humano, e há ainda a “informação” de que a substância injetada no corpo cria um campo magnético que prende objetos metálicos à pele. Essa, em particular, ganhou força com vídeos de pessoas vacinadas que colocavam uma moeda no braço na posição vertical sem que ela caísse. Faltou apenas tentar unir duas moedas junto ao corpo para conferir a existência do tal campo.
 
Caberia num livro tantas falácias sobre as vacinas para COVID-19, mas, na área da saúde, a criatividade vai além, e é capaz de gerar outras ideias bizarras que soam como anedotas infantis, tão ridículas quanto as crenças de que comer manga com leite ou tomar banho depois do almoço podem matar. Neste último caso, só tome cuidado para não correr muito debaixo do chuveiro, pois praticar atividades físicas após refeições mais pesadas faz mal. E isso não é fake news.
 
Há espaço, por exemplo, para engraçadinhos espalharem a informação sem graça de que o uso de desodorante provoca câncer de mama. O efeito colateral mais grave para quem abdica do produto é ter dificuldades de relacionamento. As vítimas potenciais dos boatos que circulam no famoso grupo de WhatsApp da família também creem veementemente que usar o celular pode causar câncer no cérebro ou nos olhos, e que o forno microondas provoca radiação que também seria cancerígena. No entanto, ninguém consegue apontar uma única vítima, com nome e CPF, que tenha sido vítima desses aparelhos.
 
Talvez em algum momento ao longo deste artigo você tenha refletido sobre a hipótese de eu estar errado e as supostas informações estarem corretas. E aí está o perigo das fake news. Elas não são piadas, mas, ao contrário, vêm travestidas de informação séria, respaldada por uma argumentação que encanta por uma falsa credibilidade. Na dúvida, questione, aprofunde-se na informação e tenha certeza absoluta de que a ciência sempre chega primeiro ao conhecimento. Ou seja, se a vacina contra a COVID criasse mesmo um campo magnético, os pesquisadores já saberiam. Leve sempre isso em conta. E nunca corra debaixo do chuveiro!


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