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Estado de Minas

Não ao cigarro eletrônico


22/05/2022 04:00

Florentino Cardoso
Cirurgião oncológico, diretor-executivo médico da Hospital Care e titular do Conselho Federal de Medicina

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prorrogou para 6 de junho a data final da consulta pública sobre uso do cigarro eletrônico, que é proibido no país desde 2009. Após analisar as contribuições, a agência vai se posicionar, e esperamos que seja mantida a proibição. O cigarro eletrônico contém milhares de substâncias nocivas, tóxicas, cancerígenas e que viciam (nicotina) “escondidas” em aromas e sabores e camufladas em propaganda enganosa da indústria. A quem interessa liberar? Por que discutir algo tão danoso à saúde das pessoas?

Eu, como cirurgião oncológico, e certamente todos os que se preocupam com a saúde da população, torcemos para que o cigarro eletrônico continue proibido. O Brasil tem sido exemplo ao mundo no combate ao tabagismo há vários anos, e é signatário da convenção-quadro da OMS na luta antitabagista. Diminuímos o tabagismo no país, com consequente redução de doenças relacionadas ao tabaco. Essa constatação deveria ser suficiente para que seja mantida a proibição dos denominados dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs).

São vários os estudos e relatos que comprovam danos à saúde, como doenças respiratórias graves (enfisema e fibrose pulmonar), doença cardiovascular, câncer etc. Doenças causadas pelo cigarro eletrônico têm surgido precocemente, ceifando vidas, a maioria de jovens. A mais relatada é a doença respiratória subaguda severa, sendo a maioria em homens jovens (80% com menos de 35 anos). Os principais sintomas são dificuldade para respirar, tosse (com possibilidade de ter sangue) e dor torácica. E o que é pior, não há tratamento eficaz conhecido até o momento. Já há relato de transplante de pulmão em adolescente por causa da doença pulmonar grave provocada por cigarro eletrônico.

De onde vem a pressão para liberar o cigarro eletrônico, além da indústria tabagista (que tem contribuído para a morte de milhões de pessoas)? O argumento de aumento na arrecadação de tributos é bastante frágil. Estudos mostram que para cada US$ 1 arrecadado em impostos, o governo gastará pelo menos US$ 3 para tratar doenças causadas pelo cigarro.

Avaliando todos os riscos, entidades médicas mostram-se contrárias ao cigarro eletrônico. Além de citar malefícios causados pelo dispositivo, demonstram preocupação e chamam a atenção para doenças relacionadas ao consumo desses cigarros. Um exemplo é o resultado da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), de 2019, que avaliou o uso de cigarros eletrônicos entre jovens em todo o país, sendo que os maiores índices de experimentação estão entre escolares de 13 a 17 anos da rede privada de ensino em todas grandes regiões do Brasil.

Pelo já descrito, lutaremos para que a Anvisa mantenha a proibição ao uso do cigarro eletrônico, e que a fiscalização sobre a venda destes – contrabandeados e até falsificados – seja rigorosa e com sérias consequências aos que a praticam. Continuaremos zelando pela saúde da nossa população, especialmente os jovens, combatendo o tabagismo, que causa graves problemas de saúde, levando até a morte. Saúde é nosso bem maior.


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