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Estado de Minas

Atenção aos bastidores


11/10/2021 04:00

Arquimedes Borges
Economista e empresário do Noroeste de Minas

Enquanto você, cidadão comum, pensa no aumento do gás de cozinha, do combustível e em como vai conseguir pagar as contas deste mês, a roda da política já está girando em ritmo acelerado tendo em vista as eleições de 2022. E não há nada de errado nisso. Pelo contrário.

Construir um projeto de futuro geralmente leva anos e envolve mais do que a troca de atores políticos, estejam eles nas assembleias legislativas, na Câmara dos Deputados ou nas vereanças dos municípios. Mas uma coisa é fato: estas forças, somadas, interagem umas com as outras, porque esta é a natureza do Poder Legislativo.

O nosso desafio como eleitores é entendermos que as decisões de última hora, sem análises ou comparações, baseadas apenas em interesses individuais imediatos, podem acabar mantendo a roda girando sem sair do lugar. Isso nem sempre é favorável à maioria da população.

Não é por acaso que vemos municípios com problemas históricos de infraestrutura e sem acesso mínimo a serviços de educação ou saúde. Destas cidades, ainda conseguem sair os filhos das famílias mais abastadas que, após frequentarem boas escolas e faculdades, geralmente voltam aos locais de origem apenas como turistas. Esse ciclo não é virtuoso. Nele, faltam oportunidades à maioria e perpetuam-se as desigualdades. Mais: conhecimento e experiência adquiridos pelos filhos da região em outras paragens nem sempre são “reinvestidos” em benefício do lugar de origem.

Isso acontece com frequência na minha região (o Noroeste de Minas) e eu mesmo sou um exemplo disso. Ao menos em parte.

Trabalho desde cedo na roça, na propriedade que foi de meu pai. Com muito esforço, estudei economia em uma conceituada faculdade de Brasília e, anos depois, retornei à minha terra, Paracatu. Aqui, prosperei como produtor, gestor e cheguei a ser, ainda jovem, prefeito por dois mandatos com ampla aprovação popular.

Esta trajetória, mais do que um ápice, tornou-se para mim um ponto de partida.
Como economista, entendi que aquela conta não fechava: o Noroeste é uma região dinâmica e oferece mais ao estado (na forma de produção agropecuária, mineral e arrecadação) do que recebe de volta em serviços e investimentos públicos.

A explicação: mesmo com tantos talentos e vigor criativo, sempre vivemos reféns dos projetos políticos daqueles que não são da região.
Pode parecer estranho ou mesmo foco desmedido na laboriosa lida diária. Mas o fato é que nenhum projeto político no Noroeste conseguiu ir além de suas fronteiras regionais, de um conjunto que agrupa 19 municípios e que soma cerca de 300 mil eleitores.

Novamente, vem o desafio de se decifrar a fórmula. E a resposta é matemática: sempre nos tratamos como concorrentes e não como vizinhos que estamos no mesmo barco sofrendo dos mesmos problemas.


Para o Noroeste, a solução não é mágica: como as cidades são pequenas, elas precisam somar forças e buscar representatividade no Legislativo federal e estadual. É isso ou seus prefeitos e vereadores continuarão de pires na mão, nas filas intermináveis dos gabinetes em busca das migalhas para socorrer seus doentes ou apoiar seus pequenos agricultores.

Do outro lado das portas, estão parlamentares que aqui buscam votos – e dividem o eleitorado local –, mas destinam apenas o mínimo de recursos em emendas para as cidades do Noroeste de Minas. Isso impacta diretamente na vida da nossa gente. E para pior.
Uma pena, se pensarmos que estamos entre os maiores produtores nacionais de feijão, algodão, milho e soja.

E por trás de tudo isso, quem de fato vai decidir se quer ou não usar a matemática certa?
Enquanto escrevo este texto, os eleitores podem estar distraídos com os problemas do dia a dia. Mas devemos ficar de olho e estarmos atentos a uma velha máxima: ninguém pode cuidar melhor de uma casa e saber do que ela realmente precisa do que os seus moradores mais zelosos.
Esteja atento, povo do Noroeste!


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