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O desemprego dos lobistas


10/10/2021 04:00

Gilson E. Fonseca
Sócio e diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica Ltda. (Soegeo)

Os lobistas no Brasil ganharam estatura nas corporações, visibilidade nas mídias e até admiração na sociedade, especialmente na década de 1970, com o advento das obras faraônicas executadas nessa época. As empreiteiras de construção pesada se agigantaram e, para tal, recorreram a essas pessoas com trânsito nos órgãos públicos, sobretudo, federais. Eram escolhidos além da penetração governamental, outras características somavam ponto: boa aparência (para impressionar as secretárias), desenvoltura ou charme e bons conhecimentos da máquina pública. Muitos se enriqueceram com os negócios escusos e vários passaram a integrar o organograma executivo daquelas empresas, depois de vários anos de prestação de serviço, para quem atuava e também porque “sabiam muito”.

Com o exemplo das obras federais os estados trilharam o mesmo caminho. Basta lembrar-se da Olimpíada em 2016 no Rio de janeiro e a Copa do Mundo de Futebol em 2014. Só para a Olimpíada as estimativas ultrapassam os R$ 30 bilhões do orçamento inicial com os famosos “aditivos”. Em uma época de consciência laxa que se generalizou, os estados e municípios também recorreram aos lobistas que, evidente, são os vetores da corrupção.

Muitos anos depois do término dos Jogos Pan-americanos, conselheiros e funcionários do TCU, segundo a mídia, ainda se espantam diante de documentos reveladores de superfaturamento das obras, além da falta de licitação para serviços de grande monta. Como a responsabilidade foi tripartite, isto é, governos federal, estadual e municipal, ficou ainda mais difícil a responsabilização. Esses atores espertalhões, envolvidos nos desmandos, continuam tranquilos, por falta de punição.

A corrupção prospera, basicamente, pela falta de transparência e impunidade generalizadas. Eventos dessas magnitudes não podem ficar restritos às decisões dos burocratas e políticos de conduta duvidosas. Se os governantes restringem a participação da sociedade, nossos órgãos representativos precisam ocupar os espaços que nós cidadãos desejamos e depositamos nossa confiança neles. O governo federal com o advento do presidente Bolsonaro atacou as bases da corrupção de forma exemplar, não só na escolha técnica e por mérito dos ministros, bem como dos presidentes de estatais. Aumentou também o rigor e atuação dos órgãos federais de controle e fiscalização.

Essa atuação do governo não só inibiu os desmandos no Executivo Federal, com também em todos os entes da Federação. O Legislativo Federal, que deveria encarregar-se de zelar e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, perdeu a credibilidade e ainda abriga focos, nos últimos anos, de desmandos. As manchetes diárias dos noticiários não se cansam de estampar licitações viciadas e dirigidas. Nos estados e municípios também se vê casos explícitos de corrupção, mas também se sabe que muitos conhecidos lobistas mudaram de profissão ou estão desempregados porque os agentes corruptos estão com medo de serem presos se recorrer aos serviços deles.


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