Roberto Luciano Fortes Fagundes
Engenheiro, presidente da Federação de Convention & Visitors
Bureau de MG, VP do Brasil C&VB, VP da Federaminas, presidente do Conselho do Instituto Sustentar
Existe um dito no meio turístico que “cidade boa para o turista é a cidade boa também para os seus habitantes”. O melhor investimento que se pode fazer para promover um destino é o investimento na qualidade de vida de sua população. Nos dias de hoje, a tecnologia da comunicação deixou este dito mais evidente.
O turismo é um negócio que deve processar recursos naturais, culturais e humanos, sem desgastá-los, de forma articulada e planejada, com a missão de atender aos sonhos do turista e, principalmente, promover o desenvolvimento sustentável local, preservando o meio ambiente.
A perspectiva pós-pandemia é do crescimento do turismo em todo o mundo, provavelmente já no início de 2022. Se tomarmos como base o ano passado, a alta nestes nove meses chega a quase 100%. Esta expansão gerada pela crescente demanda e pela conectividade de um mundo globalizado, torna o turismo em uma atividade sustentável, integrada por extensa rede de instituições privadas e públicas, com elevado valor socioeconômico, pelo rápido estímulo de bens e serviços e, por isto, um gerador diferenciado de trabalho e renda, de lucratividade e de receitas tributárias.
É um mercado que movimenta US$ 9 trilhões no mundo, representando 9% do PIB mundial. Mesmo com o avanço da tecnologia, o setor não deixa de gerar empregos. Basta vermos os exemplos quando viajamos, como os recepcionistas nos hotéis, os garçons nos restaurantes e bares, os chefes de cozinha com sua equipe, o pessoal de bordo nos aviões, os guias turísticos e outros tantos que se utilizam do contato humano para exercerem o seu trabalho. A estimativa é que o turismo é responsável por 1 em cada 8 empregos no mundo. Estes números apresentados seriam suficientes para demonstrar o potencial econômico desta atividade no cenário mundial. Estamos falando de um dos setores de maior expressão na economia planetária, sendo um dos quatro principais itens do comércio mundial, junto com o petróleo, produtos alimentícios e veículos, sendo em vários países o primeiro ou segundo na pauta de exportações.
Apesar desta sua incrível força econômica, o setor raramente é colocado nas mesas de negociação do comércio internacional ou na definição das prioridades das políticas públicas na maior parte dos países. Uma dificuldade de compreensão e dimensionamento de sua complexa cadeia produtiva e das interfaces existentes com outros segmentos da economia ainda existe. No campo internacional e em nível nacional, ainda é difícil sensibilizar interlocutores para as potencialidades desse setor, apesar de vermos em um número crescente de cidades de todos os tamanhos, uma melhor compreensão de sua importância. Abrigando uma soma de operações econômicas e também culturais, o turismo está encravado na sociedade moderna como parte determinante de seu desenvolvimento.
É um negócio transformador. Transformador dos espaços geográficos e culturais. É transformador da sociedade ao fomentar a cultura da paz e o respeito às diferenças. É transformador ao gerar emprego, renda e estimular os sonhos de uma sociedade mais justa.
Se o turismo pode se erradicar pela vida social e a pela economia de uma região, ele é um fenômeno de relações humanas. Êle envolve pessoas que compram e vendem, que transportam, que se alimentam, que se hospedam, que se divertem e promovem a diversão. O turista em viagem utiliza serviços locais como farmácias, lojas, bancos, hospitais, shoppings, entre tantos outros.
É importante termos um entendimento claro e conclusivo do turismo como atividade econômica intimamente associada à prosperidade de uma nação moderna. Seu desenvolvimento implica o fortalecimento das economias e a melhora das condições de vida dos povos. Entender a cadeia produtiva do turismo é reconhecer a sua faceta socioeconômica complexa e diversificada, mas também vigorosa e pulsando.
Quando o turismo cresce, o país todo cresce junto.