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De volta ao crescimento?


31/05/2021 04:00

Eduardo Amat Silva
Economista e professor do Centro Universitário Unihorizontes 
 
Embora a estatística seja uma ciência exata, por envolver diversos cálculos matemáticos, há um ditado que diz que ela nos mostra tudo, mas esconde o essencial. Pode caber ressalvas quanto a isso. Contudo, também não se pode renegar o mesmo, dependendo do que se observa. Analisando os últimos indicadores da economia brasileira, tal ditado se faz atual e reflexivo.
A última prévia do PIB com base no IBC-Br do Banco Central aponta um crescimento do PIB da ordem de 2,3% no trimestre quando comparado ao trimestre anterior. O que é sempre muito bem-vindo, em se tratando de qualquer país, ainda mais no caso brasileiro, pois indica que a economia brasileira está crescendo.
Logo no início da pandemia, houve uma forte queda no ritmo da atividade econômica, dado seu efeito nefasto, porém tal tendência já vinha ocorrendo nos últimos trimestres, mas em um ritmo menor. Com a relevante diminuição das taxas de crescimento da economia, em função da pandemia, o governo, como já sabido, adotou o auxílio emergencial, com o intuito de minorar um problema econômico e social para uma grande parcela da população. Dada esta medida, assim como ao próprio movimento dinâmico da economia, esta começou a apresentar crescimento, mesmo que modesto.
Porém não cabe se vangloriar em função de tal feito. Muito ainda deve ser recuperado. E essa é a questão a ser ponderada. Obviamente que apresentar taxas de crescimento positivas é salutar para qualquer economia, em qualquer tempo, mas é preciso esclarecer a verdade desses números. 
Este crescimento ainda não sinaliza a tão esperada recuperação econômica. O Brasil continua a apresentar as suas falhas estruturais de sempre, assim como continua, também, a tomar medidas que mais afastam investidores do que os atrai, independentemente de algumas medidas tomadas para apresentar o país estando em ascensão, ou ainda com discursos diversos prometendo compromissos diversos.
Assim, a questão que chama a atenção está em que tais taxas de crescimento tão apregoadas, na verdade são mensuradas em cima de uma base “fraca”, isto é, a base de comparação que está “defasada”. Basicamente, é como se um indivíduo desse um passo para frente depois de ter dado cinco para trás. A questão é que a economia brasileira tem, por mania, dar mais passos para trás do que para a frente. Isso não quer dizer que o país não cresça. De fato, cresce sim, mas de uma forma tão lenta que aparenta não haver crescimento algum. Embora, por assim dizer, existam alguns setores econômicos que, por muitas vezes, apresentam resultados positivos independentemente do cenário, mas isso é uma exceção à regra.
 
A pandemia pegou o mundo de surpresa, surpreendendo tanto os países desenvolvidos quanto os não desenvolvidos, mostrando de uma forma significativa a diferença que separa um do outro nas mais diferentes perspectivas e, ao mesmo tempo, os nivelando, dado todos apresentarem as mesmas necessidades, assim como as aflições, embora alguns tenham conseguido se resguardar de uma forma mais concreta, sendo aí a diferença. Porém, no caso específico do ambiente econômico, levando em conta o caso brasileiro, não foi surpresa a criação de mecanismos que viabilizassem uma renda mínima para aqueles que mais sofreram, e ainda sofrem, seus efeitos e até mesmo visando manter a economia funcionando
 
Por mais que se queira propagar o bom comportamento da economia brasileira, é preciso cautela ao valorizar a evolução positiva dos indicadores macroeconômicos. A única certeza que se tem é que, de fato, a economia demorará alguns anos ainda para dar aqueles quatro passos de atraso e voltar a crescer. Não havendo milagres nesse percurso, o que se pode discutir é a velocidade desse processo. E esse quesito é o mais preocupante. Não adiantam medidas discricionárias por parte das autoridades. É pré-requisito para que a economia volte a crescer, a gerar empregos, a proporcionar um bom ambiente, quando as campanhas de vacinação se fizerem presentes em grande parte da população. A partir daí, pode-se vislumbrar uma possibilidade de crescimento, embora ainda diversas outras variáveis possam comprometer isso.
 
Assim, qualquer benefício de ordem econômica passará por esta etapa fundamental. Não adianta afirmar que a economia acima de tudo é mais relevante, que o país não pode parar. É de uma sublime ingenuidade achar que sem os devidos cuidados a economia voltará a ser pujante. De modo que qualquer outra medida tomada ainda será pouco efetiva. Não que não sejam necessárias, mas seus resultados não serão percebidos com a devida relevância. Servirão para sinalizar possíveis melhoras que para o país possam ser importantes, mas não refletindo para a sociedade como um todo. Há muito ainda por fazer. 


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