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Carta ao Dr. Fábio Doyle

Nesta Casa em que aprendemos lições jurídicas e de vida, Fábio Doyle nos deixou as suas silenciosas e inestimáveis lições. Brilhe, Dr. Fábio, brilhe eternamente


18/05/2021 04:00

Amanda Flávio de Oliveira
Diretora da Faculdade de Direito da UFMG (2011-2014)

 Hermes Vilchez Guerrero
Diretor da Faculdade de Direito da UFMG desde 2018
 
m “Cartas a um jovem poeta”, Rainer Maria Rilke, com aguda sensibilidade, orienta aqueles que experimentam o crescimento espiritual e de alma a serem bondosos com as pessoas que não alcançaram ainda o mesmo nível de desenvolvimento, a serem seguros e tranquilos diante delas, constituindo com elas um tipo de comunhão simples e fiel.
 
     Muito provavelmente, o Dr. Fábio Doyle, homem das letras e da cultura, deve ter lido esse livro, assim como todos os outros nobres textos do poeta Rilke. Na verdade, muitos outros tantos homens e mulheres já leram o conselho preciso e límpido extraído das cartas de Rilke, mas poucos, muito poucos, podem ser identificados como tendo vivido à semelhança da proposta dopoeta.
 
Esse foi Fábio Proença Doyle, um mestre em tantas artes, jornalista, advogado, membro da Academia Mineira de Letras, professor, mas, sobretudo, um líder discreto e completo, um amigo leal e amoroso, um homem de fala serena e precisa, um colega generoso e disponível, uma presença gentil e afetuosa. Uma alma que, em vida, conheceu o elevado crescimento, mas que foi sobretudo bondoso, seguro e tranquilo com todos os que tiveram a felicidade de cruzar seus caminhos.
 
De nossa parte, orgulha-nos saber que o jovem Fábio Doyle percorreu os corredores sempre férteis da Casa de Afonso Pena, assim conhecida carinhosamente por seus alunos a centenária Faculdade de Direito da UFMG. Tendo nessa Casa concluído seu curso em 1950, podemos nos orgulhar em reconhecer que Fábio foi, de alguma forma, nosso colega, assim como de tantas grandes personalidades que um dia a habitaram, e de milhares de estudantes, professores e servidores que nela conviveram e convivem, desde 1892, celebrando a história e o direito, a reflexão e o estudo, a amizade e a tradição.
 
Para nossa alegria, Dr. Fábio perenizou seu amor pela nossa Casa em forma de texto: foi ele o autor do prefácio do livro “O casarão da Praça da República”, em que está registrada a história da faculdade desde sua fundação, em 1892, até 1930, tema que ele próprio abordou diversas vezes em sua coluna semanal neste jornal. Em publicação comemorativa dos 120 anos da Faculdade de Direito, ele escreveu um primoroso artigo, intitulado “O primeiro dia ninguém esquece”, no qual rememora seu primeiro dia de aula no velho prédio demolido, ocorrido no início do ano de 1946. Ao final do texto, todo ele de rara sensibilidade, Dr. Fábio sugere que se adote, aqui como em outros países, uma política de manter o ex-aluno ligado à instituição, criando entidades e meios para que isso se realize. Ele tem razão. Isso precisa ser feito.
 
Nesta Casa em que aprendemos lições jurídicas e de vida, Fábio Doyle nos deixou as suas silenciosas e inestimáveis lições. Brilhe, Dr. Fábio, brilhe eternamente. Nós, signatários desta singela homenagem, seus discípulos de sempre, continuaremos a nos guiar pelo seu exemplo e pela iluminação de sua presença. 


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