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Estado de Minas Editorial

Avanço pequeno, desafio gigante


02/05/2021 04:00

Em meio à tragédia, em que o país superou a marca de 400 mil óbitos pela pandemia do novo coronavírus, a economia apresenta tênues sinais de recuperação. Em março, foram abertas 184.140 vagas de emprego com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia – resultado de 1.608.007 contratações contra 1.423.867 demissões. As oportunidades ocorreram em todos os setores produtivos e regiões do país. O destaque foi o de serviços, com 95.553 postos, seguido pela indústria, 42.150 contratações, e construção, 25.020 vagas preenchidas. O comércio contratou 17.986, no segmento reparação de veículos automotores e motocicletas. A agropecuária preencheu 3.535 vagas.

Diz o velho adágio: “Para quem não tem nada, a metade é o dobro”.  Não à toa, o ministro Paulo Guedes comemorou o resultado apurado pelo Caged, apesar de o desemprego ainda ser a realidade de 14,4 milhões de brasileiros, no trimestre encerrado em fevereiro. Trata-se do mais alto número da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada, na sexta-feira última, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o trimestre de setembro a novembro de 2020, ocorreu um aumento de 2,9% ou de mais de 400 mil pessoas desocupadas, o que pode ser entendido como estabilidade se comparado a igual trimestre do ano passado.

O pífio desempenho da economia não levou os trabalhadores à comemoração do 1º de Maio. Não há, efetivamente, o que festejar. As perspectivas para a retomada do crescimento se distanciam à medida que o número de vítimas do vírus segue em escalada ascendente – em média, cerca de 3 mil mortes por dia. Com a sexta maior população do planeta, o Brasil (211 milhões de pessoas) é o país que tem mais da metade (116 milhões) em situação de pobreza. Em um cenário de luto e fome, não há o que celebrar.

A lentidão na recuperação econômica do país está diretamente associada à morosidade do processo de vacinação da população; ao descumprimento das medidas protetivas; à flexibilização precoce do isolamento social, estimulando aglomerações em datas festivas – Natal, réveillon, carnaval –, sem contar o negacionismo, um dos aliados à propagação do vírus. Mais: a demora na compra de vacinas e a dificuldade em gerenciar a imunização em massa da população, embora, no passado recente, contasse com um programa de vacinação exemplar para o mundo.

Um somatório de ações empurrou o Brasil ao segundo lugar em número de mortes pela COVID-19, atrás apenas dos Estados Unidos. Mas, diferentemente daqui, o governo norte-americano direcionou energias e recursos à vacinação, sem descuidar das políticas sociais e econômicas. Em 100 dias, à frente da Casa Branca, o presidente Joe Biden e até opositores comemoram os avanços ocorridos, apesar de a batalha contra a crise sanitária não estar encerrada. No Brasil, não há previsão de quando os brasileiros estarão a salvo da praga.

Sem trabalhadores saudáveis, não há como fazer girar a roda da economia. Os homens e as mulheres são peças-chave para o crescimento e o desenvolvimento econômico e social de uma nação. Se a melhora da economia é essencial para tirar o país do atoleiro, preservar a vida é primordial para atingir esse objetivo. Sem vacinação, sem políticas sociais e compensatórias, as metas governamentais se tornam inalcançáveis.


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