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Estado de Minas artigo

Inovação na luta contra a COVID-19

Em abril de 2020, o Sistema Mineiro de Inovação já havia catalogado mais de 60 soluções criadas por startups mineiras para problemas causados pela pandemia


10/04/2021 04:00





Helder Yankous
Superintendente geral da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis

 Fábio Veras
Presidente do Sindicato das Indústrias de Software e Tecnologia da    Informação do Estado de Minas Gerais (Sindinfor)



Há mais de um ano, o Brasil começou a vivenciar uma realidade que persiste até hoje: a pandemia da COVID-19. Durante esse tempo, o país se tornou um dos recordistas em infecções, perdendo centenas de milhares de vidas. Mas o Brasil se destacou no cenário mundial não só pelas dificuldades, mas também pelo número de empresas, fundações e centros acadêmicos que se propuseram a estudar, pesquisar e desenvolver soluções inovadoras para auxiliar no combate à pandemia.
 
 
 
O desenvolvimento de vacinas é talvez a mais óbvia dessas iniciativas. Mas há também esforços como o da Farmacore Biotecnologia, startup de Ribeirão Preto que está entrando na fase final de testes de um novo imunizante. A empresa, que conta com seis funcionários, recebeu investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e trabalha em parceria com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e com a empresa americana PDS Biotech, especialista em imunoterapia.

A criação e produção de equipamentos para auxílio no combate à doença também recebem destaque nacional. Em Minas, um respirador mais acessível foi desenvolvido por empreendedores da startup industrial Tacom, em programa de incentivo do Senai. A startup paulista Timpel criou uma tecnologia de monitoramento da ventilação artificial por meio de tomógrafos por impedância elétrica, que emite correntes elétricas de baixa intensidade para verificar a circulação de ar no pulmão do paciente e, dessa maneira, auxiliar os profissionais a avaliarem as melhores formas de tratamento. Já a empresa Blok BioScience, que faz parte do Inova HC, incubadora do Centro de Inovação do Hospital das Clínicas, criou uma plataforma para mapeamento de casos para ajudar na contenção da COVID-19 e evitar surtos. Utilizando inteligência artificial, ela funciona a partir do cruzamento de resultados de testes e monitoramento de sintomas. O modelo foi criado pensando na reabertura de comércio e escolas e também pode ser usado por clínicas, hospitais e companhias aéreas, por exemplo.

Um grande destaque fica por conta da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis, que em seu Programa de Inovação SUS 4.0 desenvolve junto com a startup Arkmeds soluções para o mercado internacional de treinamentos médicos de realidade virtual e também um sistema inédito de monitoramento de equipamentos hospitalares. Outro destaque fica para o Instituto René Rachou, parte da Fiocruz Minas, que desenvolveu um dispositivo portátil para realização de exames em nível molecular de diagnóstico da COVID-19, o OmniLAMP. Criado em parceria com a também mineira Visuri, o OmniLAMP recebeu, no final do ano passado, o prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica.

Outra inovação baseada em Minas Gerais vem da Safetest Diagnósticos, que no Canadá é conhecida como VSH. A healthtech foi a primeira a desenvolver um teste sorológico para detecção rápida dos anticorpos IgG e IgM contra o Sars-CoV-2. O resultado é obtido em 15 minutos e é capaz de identificar até mesmo variantes do vírus com especificidade e sensibilidade, a um custo de R$ 50 para o consumidor final.

Já a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) participou do desenvolvimento de vacina em nível internacional e ainda criou um novo método de testagem sorológica, que promete ser mais rápido e barato do que os existentes no mercado, aumentando a eficácia do acompanhamento da doença.

A UFMG também é pioneira na pesquisa e desenvolvimento de uma vacina 100% brasileira. Criada por professores da universidade mineira e da Universidade de São Paulo, a vacina, que é de aplicação nasal e também poderá proteger contra a gripe comum, já deve entrar na fase de testes em humanos ainda este ano. O professor de imunologia e diretor do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG, Ricardo Gazinelli, lidera a frente mineira da pesquisa.

Além dessas pesquisas próprias, em uma parceria com a startup mineira de inteligência artificial Kunumi, o Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade Federal de Minas Gerais (LIA-UFMG) desenvolveu uma plataforma que mapeia a expansão e mortalidade da COVID-19 por meio da análise de dados como variáveis sociais e econômicas. A plataforma já conta com informações de 24 países, de maneira gratuita.

Em abril de 2020, o Sistema Mineiro de Inovação (Simi) já havia catalogado mais de 60 soluções criadas por startups mineiras para diversos problemas causados pela pandemia, da gestão de saúde à criação de renda.

No entanto, para que essas evoluções criadas para minimizar os efeitos da pandemia continuem sendo feitas no país, é necessário que tenham os devidos investimentos e atenção, não só do governo, mas também de toda a sociedade. A valorização da indústria de tecnologia e softwares no Brasil é um passo necessário para a superação da crise sanitária que nos acomete. E temos muito orgulho de o Sistema SUS estar conectado com a inovação.


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