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Estado de Minas

COVID-19 e o futuro dos negócios

Decisões políticas corretas no Brasil no curto prazo impactarão o desenvolvimento socioeconômico brasileiro nos próximos anos e até décadas


31/03/2021 04:00





Alberto Pereira de Souza
Engenheiro florestal pela Universidade Federal de Viçosa, mestre em ciência florestal pela Universidade Federal 
dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, doutor em 
ciências florestais pela Universidade de Brasília



Há algumas semanas, dentro do contexto desta pandemia, foi publicado neste jornal o texto de número 42 – COVID-19, auxílio emergencial e o futuro dos pequenos e médios negócios. Nele foi emitida a minha opinião quanto à necessidade de se criar um fundo especial para cobrir nos próximos anos os auxílios emergenciais e outras transferências de renda. Esse fundo teria também como objetivo fundamental o financiamento das micro, pequenas e médias empresas, utilizando-se uma política de juros e correções monetárias condizentes, e ainda, considerando-se o ressarcimento aos cofres públicos em longo prazo, ou seja, cinco, 10, 20 anos. Uma opinião formada a partir dos impactos desta pandemia na sobrevivência básica de milhões de brasileiros e de milhares de empresas dentro de um cenário econômico no futuro próximo muito preocupante, que requer a atenção da sociedade brasileira quanto à aplicação de políticas econômicas à altura da gravidade da situação.

Lendo nesta semana trabalhos publicados, inclusive de longa data, sobre as desigualdades socioeconômicas brasileiras, e notícias sobre o agravamento do desemprego e desta pandemia no Brasil, concluí pela necessidade e importância de reiterar essa opinião.

Os governos brasileiros em todos os seus níveis e suas respectivas casas legislativas, precisam agir sob a consciência de que estamos atravessando um excepcional e dos mais graves momentos da história deste país e do mundo; de que, em momentos assim, as soluções econômicas precisam se caracterizar muitas vezes também pela excepcionalidade; e de que as grandes crises econômicas mundiais e as soluções encontradas para as suas superações demonstram isso.

A importância dos resultados das micro, pequenas e médias empresas na composição do Produto Interno Bruto brasileiro e a importância das inter-relações dessas empresas com as grandes empresas, tanto como demandadoras como fornecedoras de bens e serviços, é notória nas estatísticas econômicas. Também, a importância dos empregos gerados por essas empresas de menor porte na formação de força de consumo para as grandes empresas.

Os desafios cruciais no curto prazo são, fundamentalmente, proporcionar aos brasileiros a possibilidade de sobrevivência, mesmo que mínima, por meio da continuidade das atuais transferências de renda, política essa que também vem apresentando importante impacto na economia do país; possibilitar às micro, pequenas e médias empresas condições de sobrevivência e de possíveis crescimentos; e possibilitar aos empreendedores dessas empresas fôlego e tranquilidade para que eles continuem a cumprir os seus papéis imprescindíveis na melhoria do desenvolvimento socioeconômico brasileiro, tanto com o objetivo de diminuição da pobreza, como o objetivo de uma melhor distribuição de renda no Brasil.

Finalizando, as decisões políticas corretas no Brasil no curto prazo relacionadas a esta pandemia – ou as suas faltas – impactarão o desenvolvimento socioeconômico brasileiro nos próximos anos e, possivelmente, décadas, para o bem ou para o mal. Se for para o bem, nossos aplausos àqueles que se portaram como estadistas; se for para o mal, que os responsáveis não sejam julgados somente pela história.



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